Díli,
16 dez (Lusa) - O antigo chefe de Estado timorense José Ramos-Horta reconheceu,
em entrevista à agência Lusa, que Timor-Leste vai entrar em 2015 com a imagem
fragilizada devido ao caso da expulsão dos juízes e à corrupção.
"Timor
está fragilizado na sua imagem, não só como a questão dos juízes e outras foi
gerida, mas também com a perceção de corrupção", disse o também prémio
Nobel da Paz.
"Como
é que é possível que no nosso país, que saiu de uma luta de ideais, em 12 anos,
a corrupção seja mais séria do que na Indonésia e alguns outros países da ASEAN
[Associação das Nações do Sudeste Asiático[?", questionou José
Ramos-Horta.
Em
novembro, o Governo timorense ordenou a expulsão de sete magistrados,
maioritariamente portugueses, por razões de "força maior e de interesse
nacional" relacionadas com processos de empresas petrolíferas contra o
Estado de Timor-Leste.
Os
magistrados expulsos acusaram o Governo de querer impedir o julgamento de altos
funcionários do Estado por alegada corrupção.
Para
Ramos-Horta, o Governo e o Presidente da República devem fazer muito mais para
disciplinar os políticos, governantes e a administração pública para que
Timor-Leste seja um país limpo, transparente e íntegro.
"É
uma lástima e parece que as pessoas responsáveis, envolvidos em casos de má
gestão e corrupção, não têm consciência e são eles, esses senhores no Governo e
da Administração Pública, que estão a causar esses danos à imagem do
país", disse José Ramos-Horta.
"Não
parecem ter sentido de patriotismo e dignidade pessoal. Espero que o
primeiro-ministro [Xanana Gusmão] que ainda tem uma grande autoridade sobre os
governantes, porque lidera o Governo, possa tomar medidas mais firmes em
relação ao desperdício, ao esbanjamento e à corrupção", acrescentou.
MSE
// PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário