Jornal
de Angola, editorial
No
ano em que comemoramos 40 anos de Independência Nacional, importa reconhecer os
grandes feitos realizados por uma camada da população que libertou e defendeu o
Povo Angolano, dando exemplos ímpares de amor à Pátria, consentindo
sacrifícios para que os angolanos vivessem livremente .
São
os antigos combatentes e veteranos da Pátria.Todos sabemos que a luta de
libertação contra o colonialismo e a defesa da nossa independência e soberania
foram duras e nada mais justo do que prestarmos a merecida homenagem
àqueles que se envolveram, na sua juventude, no combate pela
liberdade. Um combate em que foi derramado o sangue de muitos
filhos da Pátria, na guerrilha e nas cadeias do regime colonial, ou mesmo
em áreas agrícolas em que camponeses reivindicavam melhores condições de
vida. José Quipungo, um bispo da Igreja Metodista Unida, que viveu na região da
Baixa de Cassanje, onde a 4 de Janeiro de 1961 os colonialistas massacraram
centenas de camponeses, disse que “o sangue derramado por todos os
angolanos e angolanas é um valor insubstituível”, tendo apelado ao respeito
pelos “símbolos da nossa Pátria”.
O que os antigos combatentes e veteranos da Pátria fizeram deve ser do conhecimento de todos, para que se conheça a dimensão das realizações na luta de libertação, de compatriotas n que decidiram entregar as suas vidas a uma causa nobre. Os antigos combatentes escreveram páginas brilhantes no combate ao colonialismo, os seus feitos contribuíram para a construção de uma sociedade melhor no nosso país. Os seus sacrifícios não foram
A independência de Angola, duramente conquistada, é resultado desse labor que a colectividade deve permanentemente valorizar. Os jovens , esses, devem conhecer as virtudes dos antigos combatentes e veteranos da Pátria, que são muitas, para os ajudar a construir o bem-estar para todos. Devemos conhecer o carácter e as acções daqueles que deram exemplos ímpares de solidariedade humana e de amor ao próximo, para que tenhamos uma sociedade justa e próspera. A solidariedade foi no passado praticada por homens e mulheres angolanos que acreditavam que era possível superar o egoísmo e a injustiça ,tendo lutado contra todos os males que atentavam contra direitos e a dignidade humanos.
É bom que se saiba que o humanismo foi uma das principais características dos nossos antigos combatentes. Por isso, nas comunidades devem prevalecer valores que nos levem a assumir condutas correctas que vão ao encontro de princípios plasmados na nossa lei suprema e fundamental, a Constituição, e que consagram a construção de uma sociedade em que reine a paz e a igualdade. Somos nós que temos de construir o nosso bem-estar, objectivo nada fácil, tendo em conta a complexidade dos problemas da nossa época, pelo que devemos estar preparados para um percurso de duro trabalho. Na edificação de uma Nação, há naturalmente dificuldades de vária ordem, razão pela qual convém que nos inspiremos na persistência daqueles que em épocas anteriores não temeram obstáculos e ousaram ultrapassar situações adversas, para assegurarem uma vida melhor às gerações vindouras. Os antigos combatentes e veteranos da Pátria esperam das actuais gerações contributos que coloquem o país na rota do desenvolvimento pelo qual afinal eles lutaram. Uma forma de enaltecermos o valor desses antigos combatentes e veteranos da Pátria é trabalharmos incessantemente para realizarmos as necessárias transformações sociais e económicas.
Em 40 anos de independência muito se fez em prol das populações. É preciso dizer que muito mais podia ter sido feito se não fosse um longo período de conflito armado entre angolanos, que durante muito tempo desviou os angolanos de tarefas necessárias ao nosso progresso. Felizmente, a guerra terminou há 12 anos e a paz é hoje uma realidade, estando os angolanos concentrados na reconstrução de um país que estava muito pobre e destruído.
Ao recordarmos o mérito das obras daqueles que lutaram e defenderam a nossa independência e soberania, devemos continuar a trabalhar para executarmos e aperfeiçoarmos as nossas tarefas, na perspectiva de vivermos numa Nação desenvolvida. Com sabedoria, talento, empenho e patriotismo, havemos todos de dar um grande contributo à edificação de uma sociedade harmoniosa.
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