A
Renamo, a maior força da oposição em Moçambique, ameaça não tomar posse, a 12
de Janeiro corrente, com vista a fazer parte do novo Parlamento, em virtude de
não concordar com os resultados eleições gerais de 15 de Outubro passado, e
tão-pouco com o veredicto do Conselho Constitucional, que confirma a Frelimo e
o seu candidato Filipe Nyusi como os vencedores do escrutínio.
António
Muchanga, porta-voz do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse à Agência de
Informação de Moçambique (AIM) que dos deputados do seu partido, “ninguém vai
tomar os seus lugares”, na Assembleia da República (AR). A decisão foi tomada
pela Comissão Política Nacional Renamo, que teve lugar há dias na província de
Sofala.
Refira-se
que, depois das eleições gerais de 2009, ganha pela Frelimo e outra vez
contestadas pela Renamo, este proferiu o mesmo tipo de ameaças – que têm sido a
sua estratégia política para sobreviver e tentar alcançar os seus desideratos –
mas volvidos alguns dias, 16 dos 51 deputados que este partido teve na legislatura
passada tomaram posse, supostamente sem o consentimento de Afonso Dhlakama.
Os
restantes deputados ocuparam também os seus lugares no Parlamento, antes dos 30
dias previstos no Regimento da Assembleia da República, findo os quais os
deputados que não assumirem os seus lugares perdem automaticamente os seus
assentos.
Enquanto
isso, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano (CICJC) o
diálogo político não regista nenhum avanço. O Governo e a Renamo trocam
acusações mútuas. Este acusa a sua contraparte de estar a movimentar a Polícia
de Protecção e as Forças de Defesa e Segurança (FDS), o que na sua óptica viola
o acordo de cessação das hostilidades rubricado a 05 de Setembro de 2014.
Tal
situação, segundo Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, acontece em
Muxúngue, no Save, na Casa Nova, em Marínguè, em Gorongosa. Contudo ,
Gabriel Muthisse, chefe adjunto da delegação do Governo e ministro dos Transportes
e Comunicações, disse que no acordo de cessão das hostilidades não existe nenhuma
alínea que impede a movimentação de elementos da PRM e das FDS nas regiões em
causa.
Relativamente
ao diálogo político, na sessão desta segunda-feira (05), a 90ª ronda, não houve
nenhum avanço porque prevalecem as divergências entre as partes no que diz
respeito à integração dos homens residuais da Renamo no Exército e na Polícia.
Verdade
(mz)
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