As
autoridades de São Tomé e Príncipe mostraram-se hoje preocupadas com o aumento
de criminalidade do país, em particular "violações sexuais de menores,
roubos e assaltos e crimes resultantes do tráfico e consumo de droga".
"Apenas
no mês de janeiro registamos 14 casos, entre os quais, assaltos, roubos, burla,
lavagem de dinheiro e agressões por consumo de estupefacientes", disse
Idalécio Almeida, inspetor da Polícia de Investigação Criminal (PIC).
O
governo também já se mostrou "muito preocupado" e defendeu "a
conjugação de esforços" para travar a onda de criminalidade no país.
"Em
finais do ano passado tivemos alguns casos de violação de menores ocorridos na
ilha do Príncipe e também em
São Tomé entre pais e filhas, tios e sobrinhas menores de 10
anos", acrescentou Idalécio Almeida.
Nos
últimos meses de 2014, "temos um registo de mais de 40 casos, alguns deles
bastante alarmantes que já submetemos ao governo" disse fonte policial,
escusando-se a entrar em pormenores.
A
polícia de investigação criminal e o comando geral da polícia nacional atribuem
este crescimento da criminalidade ao aumento do tráfico e consumo de drogas.
"Hoje
eles já fazem isso de forma mais aberta e despreocupada", sublinha fonte
policial que lamenta a "falta de colaboração dos tribunais" na
punição dos criminosos.
"Temos
remetido para as instâncias judiciais vários casos graves dessa natureza mas,
para nosso espanto, no dia seguinte vemos os indivíduos na rua e muitas vezes
dando-se ao luxo de ameaçar os agentes", reclama a mesma fonte.
A
gravidade da situação levou, entretanto, governo a pedir uma reunião com o
Procurador-Geral da Republica (PGR) para estudar estratégias conjuntas de
combate ao aumento dos índices de criminalidade.
O
encontro convocado pelo ministro da Administração Interna, Arlindo Ramos,
demorou mais de duas horas juntou as chefias policiais, comandos paramilitares
e o ministro da Justiça.
"Pedimos
esse encontro para analisarmos as causas do crescimento da criminalidade que
existe atualmente", disse Arlindo Ramos.
"É
fundamental e é preciso que os órgãos ligados a esse ramo cooperem entre si
para pôr cobro a essa situação que é uma situação preocupante, e nós estamos
preocupados", sublinhou o governante.
"A
polícia está a fazer a sua parte mas é preciso que as outras partes (Ministério
Publico e os tribunais) também façam a sua", disse o ministro.
"É
preciso controlarmos essa gente, é preciso avaliarmos em termos daquilo que é a
reinserção social, se estão ou não em condições de serem reinseridos novamente.
Alguns deles são muito reincidentes e é preciso ter cuidado e ter muito
controle sobre eles", acrescentou Arlindo Ramos.
O
encontro com o Procurador-Geral da Republica serviu também, segundo o
governante, para avaliar "o perigo que essa gente representa para o estado
são-tomense e tomarmos rapidamente algumas medidas preventivas".
O
primeiro-ministro Patrice Trovoada reconhece que o crime está a aumentar e
"as forças de defesa e segurança estão debilitadas" o que pode
comprometer a reposição da autoridade de Estado.
"Nós
temos uma polícia de investigação criminal atualmente com dez processos
disciplinares, uma polícia de investigação criminal que não tem pistolas",
exemplificou Patrice Trovoada em entrevista ao canal de televisão digital STP
TV, emitido a partir de Lisboa.
"É
verdade que a criminalidade aumentou e tem estado a aumentar porque há um
vazio. Não há nada para, de facto, travar esses crimes, não há meios, não há
homens, não há políticas" reconheceu o primeiro-ministro são-tomense.
O
governante são-tomense que se encontra numa visita ao estrangeiro disse ter
"pistas" de solução para "resolver essa questão da debilidade
das forças de segurança pública", contando para efeito com o apoio da cooperação
internacional.
"É
uma urgência", disse, defendendo o recrutamento, treino e equipamento de
novos agentes policiais, a reorganização do sistema de segurança pública e a
construção de uma nova cadeia.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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