Díli,
05 fev (Lusa) - O encontro previsto para hoje entre o chefe de Estado e o
primeiro-ministro timorenses, Taur Matan Ruak e Xanana Gusmão, foi adiado para sexta-feira,
informou fonte da presidência sem divulgar o motivo do adiamento.
"O
encontro foi adiado para sexta-feira", disse a fonte à Lusa sem avançar
detalhes sobre os motivos do adiamento do encontro onde se deveria debater a
reestruturação do Governo.
A
reunião de hoje seria a segunda entre ambos esta semana, intercaladas por
encontros com os partidos com assento parlamentar.
Os
dois líderes encontraram-se na segunda-feira tendo na altura Xanana Gusmão
mantido as dúvidas sobre o futuro do seu Governo, confirmando apenas que o
chefe de Estado vai "analisar a situação" e "ouvir os partidos
políticos".
Os
encontros com os partidos começaram na terça-feira com Taur Matan Ruak a
receber representantes da coligação que apoia o executivo, formada pelo
Congresso Nacional da Resistência Timorense (CNRT), pelo Partido Democrático
(PD) e pela Frente Mudança (FM).
Depois
dessa reunião, Fernando La Sama
de Araújo, líder do PD e atual vice-primeiro-ministro coordenador dos Assuntos
Sociais garantiu que ainda não tinha sido apresentado qualquer documento
oficial, de demissão, reestruturação ou remodelação do Governo, insistindo que
"ainda estão a decorrer conversas".
No
dia seguinte foi a vez do encontro com o presidente e secretário-geral da
Fretilin, respetivamente Lu'Olo e Mari Alkatiri, tendo este último confirmado
que Xanana Gusmão, enquanto presidente do CNRT, convidou Rui Araújo para ser o
novo primeiro-ministro de Timor-Leste.
O
adiamento ocorre numa altura em que a liderança dos três partidos que apoiam o
Governo timorense (CNRT, PD e FM) continua em negociações com o
primeiro-ministro Xanana Gusmão para alcançar um consenso sobre quem será o
próximo chefe do Governo do país, segundo fontes partidárias.
Fontes
do CNRT e do PD confirmaram à Lusa que muitos na coligação "não veem
favoravelmente" a proposta de Xanana Gusmão de que o seu sucessor no cargo
seja Rui Araújo, membro do Comité Central da Fretilin e ex-ministro da Saúde.
Essa
proposta conta, explicou fonte do CNRT, com o apoio "dos veteranos",
entre eles o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta e os
líderes da Fretilin, Lu'Olo e Mari Alkatiri, entre outros.
Apesar
disso, porém, a proposta "caiu mal" no seio das forças da governação
com um setor do PD a ameaçar mesmo, caso essa solução avance, abandonar
totalmente o Governo passando à oposição no parlamento.
O
próprio CNRT "está algo dividido" procurando alcançar "pontes de
entendimento" entre Xanana Gusmão e o resto do partido.
Esta
questão do novo primeiro-ministro tem sido alvo de intenso diálogo nos últimos
dias entre os dirigentes do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT),
do Partido Democrático (PD) e da Frente Mudança (FM) que se encontraram por
várias vezes com Xanana Gusmão na casa deste em Lecidere.
"Estão
vários nomes em cima da mesa mas ainda não há uma solução, um consenso",
disse fonte do CNRT.
"Há
várias opções avançadas pela coligação. A coligação não deixou de existir e,
por isso, tem que ser considerada", sublinhou outra fonte do PD.
ASP
// FV
Sem comentários:
Enviar um comentário