Díli,
6 fev (Lusa) - A líder do Partido Trabalhista de Timor-Leste foi detida na
tarde de quinta-feira por violação de medidas de coação que lhe tinham sido
aplicadas como arguida num processo-crime, disse hoje à Lusa o procurador-geral
timorense.
"Foi
emitido um mandado de captura de Ângela Freitas por causa da violação das
medidas de coação que o tribunal tinha aprovado inicialmente", disse à
Lusa José da Costa Ximenes.
Explicando
que o processo está em segredo de justiça e a ser investigado, o procurador-geral
disse que Ângela Freitas será ouvida por um juiz "num prazo máximo de 72
horas" desde a sua detenção.
A
responsável partidária "foi acusada de vários crimes, incluindo associação
criminosa e alteração do Estado democrático. A investigação ainda está a
decorrer", adiantou o procurador-geral.
Pedro
Aparício, advogado de Ângela Freitas disse aos jornalistas que há motivos para
recurso porque o mandado de captura tem um erro na data.
"A
minha cliente vai cooperar com a justiça, mas há que esperar pelas decisões do
tribunal", declarou.
Nos
últimos dias, Ângela Freitas apareceu em público, em declarações à imprensa
timorense e alguns sítios da internet relacionados com Timor-Leste, como
porta-voz do presidente do Conselho de Revolução Maubere (CRM), Mauk Moruk,
atualmente alvo de uma operação de busca e captura.
Paulino
Gama, ou Mauk Moruk, como é conhecido, esteve envolvido, em janeiro em
incidentes com agentes policiais timorenses, em que ficaram feridos dois
agentes e dois outros foram feitos reféns.
O
primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o comandante das forças de defesa, Lere Anan
Timur, e o comandante das PNTL, Longuinhos Monteiro, deslocaram-se à região de
Laga, onde decorreram os incidentes, tendo conseguido assegurar a libertação
dos agentes.
Na
zona continua um contingente de efetivos das F-FDTL e agentes da PNTL
envolvidos na operação de busca e captura de Mauk Moruk.
Em
dezembro passado, o Tribunal de Díli ordenou a libertação de Mauk Moruk e de
outro antigo comandante timorense, José Santos Lemos (Labarik), detidos
preventivamente em março de 2014 por alegada tentativa de provocar
instabilidade.
Os
homens foram detidos pela polícia timorense em cumprimento de uma resolução do
parlamento aprovada também em março que condenava o que classificou como tentativas
de instabilidade e ameaças ao Estado protagonizadas pelo CRM e pelo Conselho
Popular da Defesa da República de Timor-Leste (CPD-RDTL).
Todos
os envolvidos naquele processo, cerca de 20 pessoas, continuam sob Termo de
Identidade e Residência até ser concluída a investigação do Ministério Público.
ASP
// ARA
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