domingo, 1 de fevereiro de 2015

Macau: INTERESSES PRIVADOS OU PÚBLICAS VIRTUDES?



CARLOS MORAIS JOSÉ – Hoje Macau -  Editorial

Ontem os directores dos jornais em língua portuguesa e inglesa jantaram com o novo Secretário para as Obras Públicas e Transportes. E foi muito esclarecedora a conversa. Havia, claro, o compromisso de que tudo o que fosse dito seria em off (tanto da parte dos jornalistas como do Secretário) e tal será respeitado. Contudo, nada me impede de transmitir as opiniões que fiz questão de deixar na mão de Raimundo do Rosário e que, provavelmente, os leitores já ouviram cem vezes.

Não as vou repetir. Para mim, a questão coloca-se de outro ponto de vista, mais directo e mais claro: a saber, quando é que os suspeitos de costume (e não me peçam que os descreva, uma vez mais) vão deixar de colocar os seus interesses acima da população da RAEM? E quando é que o Governo terá uma palavra sobre isso?

Bem sabemos que alguns adquiriram enormes benefícios em consequência das decisões do Governo da RAEM, durante os últimos quinze anos, nomeadamente em termos de obras e de arrendamento de espaços. São os mesmos. É lugar comum e só quem devia saber e vigiar nada sabe sobre a questão. Para começar, o que eleva a suspeição, entre o povo, de que faziam parte do negócio. O que, provavelmente, não é verdade. É assim, no mínimo, que tudo tem de ser dito.

Aliás, tudo isto é especulação mas lógica, porque alguma lógica tem que haver nisto e como a lógica não é explicitada por quem de direito, em termos de funcionamento do segundo sistema, quem pensa alguma lógica encontra, ainda que, eventualmente, errada. É que o povo pensa, o povo questiona e reflecte. O povo também usa a lógica. E uma coisa que o povo sabe, porque os lê por dentro: é que não há medidas inocentes do Governo.

Perdoem-me os poderosos que não souberam tomar conta da sua RAEM. Têm-se rido muito os oligarcas de Macau. Agora é tempo de dizer que é outro tempo ou talvez não, se Pequim alinhar com eles ao invés de se preocupar com a população. Ninguém sabe realmente de que lado está cada peça neste xadrez sobre linhas ao invés de quadrados…

E que papel poderá Raimundo do Rosário desempenhar no meio desta confusão? De que lado se poderá situar? Dos oligarcas ou da população? Dos interesses privados ou das públicas virtudes? Essa é a questão que se segue…

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