segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Moçambique: AUMENTA PARA 159 NÚMERO DE MORTES NAS CHEIAS




O número de mortes provocadas pelas cheias em Moçambique subiu para 159, a maioria na província da Zambézia, centro do país, disse hoje à Lusa a porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

O novo balanço, com dados reunidos até domingo, adiciona 42 mortes às 117 conhecidas pelas autoridades moçambicanas até 27 de janeiro.

A província da Zambézia, com 134 mortes, lidera a nova lista, seguida por Niassa (14), Cabo Delgado (oito) e Nampula (três).

Segundo a porta-voz do INGC, 158 mil pessoas foram afetadas pelas cheias, 125 mil das quais só na Zambézia, a província mais atingida pelo desastre que se abateu no centro e norte do país desde 12 de janeiro.

Rita Almeida avançou que o número de pessoas que perderam as suas casas e foram entretanto reunidas em centros de acomodação temporárias está a diminuir, sobretudo na província de Niassa.

Permanecem nos centros de acomodação 44.660 pessoas, quase menos seis mil do que no balanço anterior, com a Zambézia a reunir a quase totalidade dos desalojados.

As autoridades moçambicanas continuam focadas na prioridade de encontrar terras seguras para aquelas pessoas, tendo sido identificada a necessidade de 7.999 talhões, dos quais 1.195 já foram demarcados e 1.030 atribuídos.

No campo alimentar, foi feita uma avaliação de quase 1.400 toneladas de comida para as áreas atingidas, na segunda quinzena de janeiro, das quais foram distribuídas cento e trinta.

A Eletricidade de Moçambique (EdM) anunciou por seu lado que espera resolver até terça-feira o corte de energia que deixou às escuras, desde 12 de janeiro, 350 mil clientes no centro e norte do país, em resultado das cheias na província da Zambézia.

Embora os prejuízos associados às inundações não sejam ainda conhecidos, são já percetíveis alguns dos seus impactos económicos, como no caso do setor energético, em que só a EdM regista perdas diárias de cerca 177,2 mil euros, valor que deverá ser revisto em alta a partir do momento em que foi necessário associar um helicóptero às obras de reconstrução.

As chuvas estão também a atrasar a reconstrução da ponte de Mocuba, província da Zambézia, e que ficou parcialmente destruída pelas cheias, a 12 de janeiro, tornando-se no símbolo do desastre.

A destruição da ponte implicou o corte da N1, a única estrada que liga o centro ao norte de Moçambique, deixando o setor dos transportes no caos e provocando dificuldades de abastecimento às províncias do norte do país.

Em comunicado, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou que vai usar meios marítimos e ferroviários para ultrapassar as limitações de circulação por via rodoviária.

Serão ativados os portos da Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, bem como as linhas ferroviárias da Beira e de Nacala.

As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) emitiram hoje um aviso nos principais jornais do país, informando que a transportadora "está a registar uma enorme solicitação para o envio de expedição de carga, devido ao corte da N1 em Mocuba" e que os prazos habituais não estão a ser respeitados.

A LAM promete "desenvolver planos de contingência visando a expedição de carga no mais curto espaço de tempo".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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