O
número de mortes provocadas pelas cheias em Moçambique subiu para 159, a
maioria na província da Zambézia, centro do país, disse hoje à Lusa a porta-voz
do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
O
novo balanço, com dados reunidos até domingo, adiciona 42 mortes às 117
conhecidas pelas autoridades moçambicanas até 27 de janeiro.
A
província da Zambézia, com 134 mortes, lidera a nova lista, seguida por Niassa
(14), Cabo Delgado (oito) e Nampula (três).
Segundo
a porta-voz do INGC, 158 mil pessoas foram afetadas pelas cheias, 125 mil das
quais só na Zambézia, a província mais atingida pelo desastre que se abateu no
centro e norte do país desde 12 de janeiro.
Rita
Almeida avançou que o número de pessoas que perderam as suas casas e foram
entretanto reunidas em centros de acomodação temporárias está a diminuir,
sobretudo na província de Niassa.
Permanecem
nos centros de acomodação 44.660 pessoas, quase menos seis mil do que no
balanço anterior, com a Zambézia a reunir a quase totalidade dos desalojados.
As
autoridades moçambicanas continuam focadas na prioridade de encontrar terras
seguras para aquelas pessoas, tendo sido identificada a necessidade de 7.999
talhões, dos quais 1.195 já foram demarcados e 1.030 atribuídos.
No
campo alimentar, foi feita uma avaliação de quase 1.400 toneladas de comida
para as áreas atingidas, na segunda quinzena de janeiro, das quais foram
distribuídas cento e trinta.
A
Eletricidade de Moçambique (EdM) anunciou por seu lado que espera resolver até
terça-feira o corte de energia que deixou às escuras, desde 12 de janeiro, 350
mil clientes no centro e norte do país, em resultado das cheias na província da
Zambézia.
Embora
os prejuízos associados às inundações não sejam ainda conhecidos, são já
percetíveis alguns dos seus impactos económicos, como no caso do setor
energético, em que só a EdM regista perdas diárias de cerca 177,2 mil euros,
valor que deverá ser revisto em alta a partir do momento em que foi necessário
associar um helicóptero às obras de reconstrução.
As
chuvas estão também a atrasar a reconstrução da ponte de Mocuba, província da
Zambézia, e que ficou parcialmente destruída pelas cheias, a 12 de janeiro,
tornando-se no símbolo do desastre.
A
destruição da ponte implicou o corte da N1, a única estrada que liga o centro
ao norte de Moçambique, deixando o setor dos transportes no caos e provocando
dificuldades de abastecimento às províncias do norte do país.
Em
comunicado, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou que vai usar
meios marítimos e ferroviários para ultrapassar as limitações de circulação por
via rodoviária.
Serão
ativados os portos da Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, bem como as
linhas ferroviárias da Beira e de Nacala.
As
Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) emitiram hoje um aviso nos principais jornais
do país, informando que a transportadora "está a registar uma enorme
solicitação para o envio de expedição de carga, devido ao corte da N1 em
Mocuba" e que os prazos habituais não estão a ser respeitados.
A
LAM promete "desenvolver planos de contingência visando a expedição de
carga no mais curto espaço de tempo".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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