terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Organizações ambientalistas e cidadãos lançam campanha para salvar árvores históricas em Díli




Díli, 9 fev (Lusa) - Organizações ambientalistas timorenses e residentes em Díli iniciaram uma campanha para salvar árvores no centro da capital timorense que poderão ser abatidas.

A polémica sobre as árvores do centro de Díli começou no final de janeiro quando começaram a surgir nas árvores de várias ruas da cidade cruzes brancas, que anteriormente significaram o abate das árvores marcadas.

Questionado pela Lusa sobre as marcações, Domingos Soriano, responsável dos serviços de limpeza do distrito de Díli, confirmou que as árvores estavam de facto a ser marcadas, explicando que os funcionários seguiam instruções do primeiro-ministro.

"As instruções para resolver a questão das árvores vieram do primeiro-ministro", disse Soriano.

"As árvores estão a ser marcadas mas não vão ser todas cortadas. Só as que estão a ocupar a estrada", garantiu à Lusa.

Dúvidas sobre o que ia acontecer às árvores suscitou uma ampla campanha em vários grupos do facebook e de outras redes sociais, o que, acabou por motivar primeiro uma petição e, posteriormente, campanhas de sensibilização nas ruas.

Elementos de várias organizações ambientais e residentes em Dili colaram cartazes nas árvores marcadas e realizaram ações de sensibilização da população.

"Mantém-me e eu mantenho-te a ti. Espaço verde, vida verde", são algumas das frases em tétum e inglês inscritas nos cartazes colados nas árvores.

Com mais de 500 partilhas e 300 assinaturas está também a circular uma carta aberta da Fundação Haburas, a organização ambiental mais antiga de Timor-Leste, formada em 1998 por um grupo de jovens timorenses.

"Estamos preocupados que as árvores vão ser abatidas como o foram muitas outras árvores de grandes dimensões anteriormente. Estas árvores foram plantadas ainda durante a época colonial portuguesa. Sobreviveram a ocupação indonésia e têm servido as pessoas em Díli de muitas formas desde então ", refere a carta, que é assinada por Virgílio Guterres, responsável da Haburas.

Guterres disse à Lusa que já no ano passado se organizaram manifestações que conseguiram evitar o corte programado de várias árvores no centro de Díli, explicando que se for necessário voltarão a tomar medidas idênticas.

ASP // JMR

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