Díli,
9 fev (Lusa) - Organizações ambientalistas timorenses e residentes em Díli
iniciaram uma campanha para salvar árvores no centro da capital timorense que
poderão ser abatidas.
A
polémica sobre as árvores do centro de Díli começou no final de janeiro quando
começaram a surgir nas árvores de várias ruas da cidade cruzes brancas, que
anteriormente significaram o abate das árvores marcadas.
Questionado
pela Lusa sobre as marcações, Domingos Soriano, responsável dos serviços de
limpeza do distrito de Díli, confirmou que as árvores estavam de facto a ser
marcadas, explicando que os funcionários seguiam instruções do
primeiro-ministro.
"As
instruções para resolver a questão das árvores vieram do
primeiro-ministro", disse Soriano.
"As
árvores estão a ser marcadas mas não vão ser todas cortadas. Só as que estão a
ocupar a estrada", garantiu à Lusa.
Dúvidas
sobre o que ia acontecer às árvores suscitou uma ampla campanha em vários
grupos do facebook e de outras redes sociais, o que, acabou por motivar
primeiro uma petição e, posteriormente, campanhas de sensibilização nas ruas.
Elementos
de várias organizações ambientais e residentes em Dili colaram cartazes nas
árvores marcadas e realizaram ações de sensibilização da população.
"Mantém-me
e eu mantenho-te a ti. Espaço verde, vida verde", são algumas das frases
em tétum e inglês inscritas nos cartazes colados nas árvores.
Com
mais de 500 partilhas e 300 assinaturas está também a circular uma carta aberta
da Fundação Haburas, a organização ambiental mais antiga de Timor-Leste,
formada em 1998 por um grupo de jovens timorenses.
"Estamos
preocupados que as árvores vão ser abatidas como o foram muitas outras árvores
de grandes dimensões anteriormente. Estas árvores foram plantadas ainda durante
a época colonial portuguesa. Sobreviveram a ocupação indonésia e têm servido as
pessoas em Díli de muitas formas desde então ", refere a carta, que é
assinada por Virgílio Guterres, responsável da Haburas.
Guterres
disse à Lusa que já no ano passado se organizaram manifestações que conseguiram
evitar o corte programado de várias árvores no centro de Díli, explicando que
se for necessário voltarão a tomar medidas idênticas.
ASP
// JMR
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