Tribunal
deu por provado que polícia agrediu jovem na esquadra, juntamente com outros
agentes da PSP , "com socos e pontapés".
O
Tribunal Central de Lisboa condenou hoje a pena suspensa de dois anos e ao
pagamento de uma indemnização de 2.500 euros um polícia acusado de ter
espancado em 2009 um jovem no interior da esquadra do Bairro Alto, Lisboa.
Pedro
Reina, de 32 anos, estava acusado pelos crimes de ofensa à integridade física
qualificada e de abuso de poder, mas acabou por ser absolvido do segundo crime.
Segundo
a acusação, na madrugada de 28 de novembro, Bruno Oliveira, hoje com 26 anos,
encontrava-se num estabelecimento com amigos, quando, no decorrer de uma
operação policial em várias artérias do Bairro Alto, terá sido abordado por
agentes da PSP, posteriormente conduzido para a esquadra e depois para um
vestiário desta.
O
tribunal deu por provado que Pedro Reina agrediu Bruno Oliveira no vestiário,
juntamente com outros agentes da PSP (que não foram identificados), "com
socos e pontapés".
Como
consequência das agressões, a vítima ficou com várias mazelas e esteve, pelo
menos, três dias sem poder trabalhar.
O
coletivo de juízes considerou de "extrema gravidade" o facto de as
agressões terem ocorrido num interior de uma esquadra da PSP e condenou Pedro Reina
a uma pena suspensa de dois anos pelo crime de ofensa à integridade física
qualificada, e ao pagamento de uma verba de 2.500 euros por danos não
patrimoniais e ainda 131 euros para ressarcir as despesas médicas.
No
final da sessão, em declarações aos jornalistas, Pedro Reina manifestou-se
"bastante injustiçado" com a decisão e afirmou que iria recorrer da
decisão para o Tribunal da Relação.
"O
que se passou aqui foi a total descredibilização da PSP e de agentes que têm um
percurso honesto. Eu nunca vi esse senhor [Bruno Oliveira] e nessa noite estava
a fazer o meu trabalho", afirmou.
Já
o advogado de defesa, Vítor Parente Ribeiro, manifestou-se mais otimista e
confiante de que numa "segunda instância" o seu cliente será
"absolvido".
"O
arguido vinha acusado de dois crimes e foi absolvido de um. Estou tranquilo e
tenho confiança que mais tarde ou mais cedo a inocência do Pedro virá ao de
cima", perspetivou.
Em
contrapartida, a advogada da vítima, Rute Caseiro, mostrou-se "bastante
satisfeita" com a decisão do tribunal: "Foi feita justiça. Era disto
que estávamos à espera", declarou.
Diário
de Notícias
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