Lisboa,
23 fev (Lusa) -- O Ministério da Educação justificou hoje o atraso no envio de
professores para Timor-Leste com a recente remodelação governamental naquele
país, apontando o mês de março como data provável para a deslocação dos
docentes.
Uma
fonte do gabinete do ministro Nuno Crato confirmou o atraso, justificando-o com
a recente remodelação governamental em Timor-Leste.
Alguns
docentes contaram hoje à Lusa que quase 50 professores que foram contratados em
setembro do ano passado para lecionar em Timor-Leste estão em casa, em
Portugal, a receber, à espera de seguir para o país.
"De
facto, a situação está ligeiramente atrasada devido à recente remodelação
governamental que se verificou em Timor-Leste e consequente alteração do
titular da pasta da Educação. Esperamos que este assunto se resolva o mais
rapidamente possível para que os docentes portugueses possam ir para
Timor-Leste nas duas primeiras semanas de março", adiantou a mesma fonte
do Ministério da Educação.
É
o segundo ano consecutivo de atrasos no envio, pelo Ministério da Educação
português, dos professores para Timor-Leste, no âmbito do protocolo que prevê o
destacamento de docentes em onze escolas de referência - e mais duas que devem
ser abertas este ano.
Inicialmente,
o Ministério da Educação, em Lisboa, informou os docentes de que o atraso se
devia à falta de protocolo (o anterior terminou em setembro do ano passado) mas
mesmo depois da nova versão ter sido assinada, a 2 de janeiro, os professores
ainda não seguiram para Timor-Leste.
Antonieta
de Jesus coordenadora do Projeto das Escolas de Referência, disse à Lusa, em
Díli, que o processo do envio dos professores "está a ser
finalizado", garantindo que ainda não recebeu qualquer lista com os
docentes.
"Timor-Leste
paga as viagens, como sempre pagou. Mas até agora Portugal ainda não mandou a
lista dos professores. Assim que enviarem a lista, trataremos das
viagens", garantiu, remetendo mais comentários para os Ministérios da
Educação dos dois países.
O
processo do envio destes professores para Timor-Leste sofre atrasos e problemas
desde o ano letivo passado, quando as escolas de referência viveram sem parte
dos professores previstos durante todo o ano.
Nas
11 escolas existentes - sediadas em 11 capitais de distrito - Bacau, Same, Maliana,
Oe-cusse, Ermera, Aileu, Liquiçá, Lospalos, Suai, Dili e Manaauto e com mais de
3.500 alunos timorenses - deveriam ter sido colocados 150 professores, mas 60
deles nunca chegaram a Timor-Leste.
O
VI Governo Constitucional de Timor-Leste, liderado por Rui Maria Araújo e
formado por 38 elementos, tomou posse na semana passada numa cerimónia
presidida pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak, no Palácio de Lahane, nos
arredores de Díli.
Fernando
La Sama de Araújo é o ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Sociais e da
Educação.
DD
(ASP) // JPS
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