O
chefe de Estado moçambicano é o novo líder da FRELIMO. Filipe Nyusi foi
escolhido no domingo, último dia da quarta sessão do comité central do partido
no poder, como sucessor de Armando Guebuza, que renunciou ao cargo.
O
Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) elegeu este domingo
(29.03) Filipe Nyusi como presidente do partido, mantendo, assim, a tradição
daquela formação política de ter como chefe de Estado o líder do partido.
A
eleição seguiu-se à renúncia ao cargo de Armando Guebuza, numa declaração que,
segundo o porta-voz do encontro, Damião José, apanhou de surpresa os membros do
Comité Central.
A
DW África apurou que, apesar de não constar da agenda do encontro, o ponto
relativo à sucessão na liderança do partido tinha sido levantada durante os
trabalhos por alguns participantes, gerando um debate inconclusivo.
Alguns
membros defendiam a renúncia de Guebuza para permitir que o chefe de Estado
moçambicano, Filipe Nyusi, pudesse assumir a direcção do partido a quem
estatutariamente os militantes devem prestar contas das suas atividades
governativas.
"Busca
da paz efetiva"
No
seu primeiro discurso como líder da FRELIMO, Filipe Nyusi apelou a um trabalho
conjunto para se conseguir uma paz efectiva e duradoura.
"Só
com a paz iremos desenvolver Moçambique", sublinhou, agradecendo pela
"confiança e disponibilidade" demonstrada pelos membros do Comité
Central.
"Tudo
faremos em conjunto para que este partido continue avante e triunfante",
sublinhou, defendendo ainda que os esforços do partido devem continuar
direccionados para a busca da paz efetiva e duradoura".
Filipe
Nyusi assegurou ainda que vai "encorajar o diálogo em curso com os
diversos setores e segmentos da sociedade para que Moçambique continue a ser
admirado como uma nação pacífica, em crescimento e um destino seguro de
investimento".
Reações
positivas
O
analista Amorim Bila considera que a eleição de Nyusi tem um impacto positivo
"do ponto de vista da unificação de esforços, da coesão de que Filipe
Nyusi fala desde que tomou posse". Defende ainda que, em geral, "o
impacto vai ser positivo na medida em que o Presidente poderá organizar a nível
interno o partido que dirige o Governo".
José
Pacheco, chefe da delegação do Governo no diálogo político com a Resistência
Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, espera "a
consolidação da unidade nacional, paz duradoura e muito trabalho para todos os
moçambicanos".
Para
Óscar Monteiro um dos históricos da FRELIMO, "agora já não há nenhum
obstáculo" para repensar "o país e a governação como deve ser",
a começar pelas estruturas do partido, uma nova ética, uma nova filosofia, uma
luta sem limites contra a corrupção, uma credibilização do Estado e uma
dedicação deste à causa dos pobres".
A
antiga primeira-ministra Luísa Diogo descreve Filipe Nyusi como alguém que
"segue muito o princípio da inclusão" e que defende que "as boas
ideias não têm cor partidária".
"É
uma pessoa que "valoriza as opiniões dos moçambicanos e que escolheu como
temas principais para a sua governação temas extremamente importantes que dizem
respeito à vida e aos problemas que os moçambicanos têm", lembra Luísa
Diogo.
Leonel
Matias (Maputo) – Deutsche Welle
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