O
Bloco de Esquerda assinalou o Dia Internacional da Mulher com um mural no
Seixal, concelho que registou o maior número de mulheres assassinadas em 2014.
“No
ano passado foram assassinadas 43 mulheres e hoje estamos no concelho onde
ocorreram mais mortes. Assinalamos este dia dizendo ‘Nem mais uma!’”, afirmou
Catarina Martins durante a pintura de um mural contra a violência doméstica.
“Não podemos viver num país onde a violência doméstica e o assassinato de
mulheres ocorre a um ritmo de uma por semana. É preciso parar com esta
violência”, acrescentou a porta-voz do Bloco.
Catarina
Martins recordou que este ano comemora-se o 15º aniversário da lei que tornou a
violência doméstica crime público. “Foi a primeira proposta de lei do Bloco de
Esquerda e tornou-se lei do país. Orgulhamo-nos desse percurso e temos
consciência do percurso que falta fazer para acabar com esta violência”,
prosseguiu.
“Este
ano há razões acrescidas para chamar a atenção para a desigualdade: Portugal
foi o país que — com as políticas de austeridade — mais aumentou a desigualdade
salarial entre homens e mulheres. Ela tinha vindo a reduzir-se e agora andámos
para trás. Cada mulher em Portugal trabalha mais dois meses e meio do que um
homem na mesma função para ganhar o mesmo”, lembrou ainda Catarina Martins.
“A
democracia não pode permitir que um primeiro-ministro não saiba esclarecer o
país sobre as suas contribuições"
Questionada
acerca das dúvidas que persistem sobre as contribuições de Passos Coelho à
Segurança Social, Catarina Martins defendeu que “pagar as contribuições à
Segurança Social e ao fisco é a primeira obrigação de qualquer cidadão em
Portugal é alguém que assume o cargo de PM tem de ter sido capaz, enquanto
cidadão, de cumprir as suas primeiras obrigações perante o país”.
“Pagar
ao fisco é o que paga as escolas e os hospitais, pagar a SS é o que paga as
pensões dos nossos reformados hoje”, prosseguiu a porta-voz bloquista,
insistindo que Passos Coelho “deve mostrar o registo das suas contribuições e
das comunicações com a Segurança Social referentes ao período entre 1999 e
2004, sobre o qual há todas as dúvidas e não achamos que não podem continuar a
existir”.
Para
o Bloco de Esquerda, “a democracia não pode permitir que um primeiro-ministro
não saiba esclarecer o país sobre as suas contribuições para a Segurança Social
e é bom que isso aconteça antes do debate quinzenal”, acrescentou Catarina
Martins antes de concluir que “seria no mínimo caricato que pudesse estar um
primeiro-ministro a prestar contas à Assembleia da República que não tivesse
prestado contas ao país sobre as suas obrigações enquanto cidadão”.
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