O
Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje em Lisboa à comunidade
guineense em Portugal para que considere regressar ao país e ajudar na sua
reconstrução.
"Eu
vim cá precisamente para apelar-vos: comecem a pensar no vosso regresso. Os
riscos que vocês assumem aqui em Portugal, devem aceitar corrê-los na vossa
terra natal", declarou, num encontro com a diáspora guineense no Fórum
Lisboa.
Depois
de sublinhar que conhece bem os problemas dos emigrantes em Portugal, o chefe
de Estado guineense acrescentou: "Não estou aqui para vos dar uma lição,
estou aqui para ouvir conselhos e para vos dizer como vai a terra que vos viu
nascer".
"A
Guiné-Bissau é um país de oportunidades, porque nada está feito, está tudo por
fazer - e 1,1 milhões de dólares é muito dinheiro", observou José Mário
Vaz, referindo-se à ajuda financeira da comunidade internacional que fez
questão de agradecer.
"Muito
obrigado à comunidade internacional, que nunca virou costas à Guiné-Bissau,
apesar de nós não termos sido muito corretos no seu uso: dinheiro dado para
comprar copos foi gasto a comprar viaturas...", exemplificou, desencadeando
o aplauso no auditório quase cheio.
Salientando
que "agora, a bola está do lado da Guiné-Bissau", o Presidente
classificou a atual situação do país como "uma oportunidade para os
guineenses que estão em Portugal".
"Temos
uma grande responsabilidade, meus concidadãos, e cada um tem de fazer o que
sabe fazer: temos bons pedreiros, bons carpinteiros, bons eletricistas, bons
empresários... Não pensem em ir para a Guiné-Bissau para serem ministros,
secretários de Estado, funcionários públicos", advertiu.
"Devem
regressar para concorrer com os demais para a concretização de projetos"
que contribuam para "a construção do país", porque, acrescentou, se
os guineenses não aproveitarem os recursos financeiros disponibilizados pela
comunidade internacional "outros estão à espera".
José
Mário Vaz explicou que "hoje, na Guiné-Bissau, o Estado é o maior
empregador e não pode ser".
"O
Estado não pode ser tudo, porque senão enfrenta problemas sérios; o Estado não
pode criar riqueza e não pode criar emprego, isso cabe ao setor privado, e
temos de ter a coragem de fazer essa reforma", defendeu.
Instando
mais uma vez os seus concidadãos a regressar, neste seu primeiro encontro com a
diáspora desde que foi eleito, em junho de 2014, o Presidente guineense fê-lo
na forma de pedido.
"Eu
vou pedir: temos de limpar essa mágoa, esse ódio que está no interior dos
guineenses; devemos esquecer o passado e olhar para o futuro, para a construção
do país", insistiu, recordando ser sua ambição "contribuir para a
mudança radical da Guiné-Bissau", porque acredita que "o Presidente
da República tem de ser o homem que está sempre à procura de consensos".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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