“Neste
país estamos habituados a ver forças de bloqueio, que tentam sempre sabotar o
relacionamento, a vontade de investimento, quando as pessoas que estão no poder
não nos agradam”.
A
declaração é do Primeiro-ministro Patrice Trovoada, no Telejornal da TVS de 11
de Março. O Chefe do Governo reagiu assim a notícia veiculada pelo Téla Nón que
detalhou os projectos concebidos pela empresa chinesa Guangxi Hidroelectric
Construction Bureaux, para serem implementados no país.
A
notícia realçou o desmentido feito por uma fonte próxima a empresa chinesa, em
relação a garantia dada pelo Chefe do Governo numa conferência de imprensa, de
que a empresa Guangxi que ganhou concurso para realizar as obras para expansão
da cidade de São Tomé, teria manifestado desinteresse no projecto.
Nos
últimos dias o Téla Nón procurou conhecer a rede das “Forças de Bloqueio” que
segundo o Chefe do Governo, actuam em São Tomé e Príncipe, e que podem afugentar
investidores determinados em aplicar capital no país.
O
projecto de investimento estruturante concebido pelo Estado são-tomense e a
empresa chinesa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux, serviu de isca para
a pesquisa que levou o Téla Nón a levantar uma ponta do véu que disfarça as
“Forças de Bloqueio”.
A
pesquisa permitiu ao Téla Nón saber que o projecto de investimento da empresa
chinesa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux, considerada pelo primeiro
ministro, como uma empresa séria, assenta em 4 alicerces legais consagrados
pelo Estado são-tomense.
Alicerces
blindados por decretos-leis, que foram aprovados pelo Governo da República
Democrática de São Tomé e Príncipe no ano 20’14 e promulgados pelo Presidente
da República Democrática de São Tomé e Príncipe também no mesmo ano, 2014, mais
concretamente entre os meses de Setembro e Outubro.
O
Téla Nón descobriu que o projecto de expansão da cidade de São Tomé, que a
empresa chinesa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux, ganhou concurso
para a sua execução, não se limita a descongestionar apenas a capital São Tomé.
Era
o primeiro passo, uma vez que em decreto-lei aprovado e promulgado, o Estado
são-tomense, definiu a mesma política de expansão para todas as outras capitais
dos distritos na ilha de São Tomé, e a cidade de Santo António na ilha do
Príncipe. (O leitor pode consultar o decreto – lei / Decreto
Lei oue estabelece os Planos de Expansão Urbana e inÍra-Estruturas para 5ão
Tomé e Principe) / Plano
Pormenor- Santa Catarina / Plano
Pormenor – Cidade Santana / Plano
Pormenor- Cidade Angolares / Plano
Pormenor- Cidade S.António.
Vamos
agora conhecer os outros 3 pilares legais, que suportam o projecto de expansão
da cidade de São Tomé.
O
Estado são-tomense assinou contrato com a empresa chinesa, para a realização da
obra, e assumiu o compromisso em forma de decreto-lei, aprovado pelo governo e
promulgado pelo Presidente da República desde o ano 2014, sobre a forma como o
acordo poderia ser rescindido. (Consulte – Decreto
que regulamenta a forma de proceder caso venha a ser necessário a rescisão
unilateral do contrato com a empresa chinesa)
Mais,
o Estado são-tomense aprovou e promulgou em 2014 um decreto que garante o
seguimento da construção da expansão urbana. (verifique – Decreto
de Constituição do Gabinete de Seguimento do Projecto Expu Gonga)
No
quarto alicerce legal do projecto, o Estado são-tomense assumiu o compromisso
de atribuir a empresa chinesa Guangxi o terreno para a execução da obra. Facto
plasmado num decreto-lei aprovado pelo Governo e promulgado pelo Presidente da
República em Outubro do ano 2014. (O leitor deve conferir—Decreto
do Regìme Jurídico de Cedência à Ìitulo de dÌreito de Superfície do Terreno
Expu Gongá)
Deslindados
os 4 alicerces que suportam o maior projecto de infra-estrutura urbana criado em São Tomé e Príncipe, as
acções das “Forças de Bloqueio” anunciadas pelo Primeiro-ministro Patrice
Trovoada, começam a emergir.
O
Téla Nón comprovou que todos esses diplomas legais, aprovados e promulgados
pelo Estado são-tomense, não foram publicados no Diário da República. Todos
estão retidos no Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justiça e
dos Direitos Humanos, única entidade nacional que publica o Diário da
República.
No
local o Téla Nón comprou a preço de 10 mil dobras, o Diário da República número
01 de 14 de Janeiro de 2015, a mais recente publicação do centro de informática
e reprografia. Publica um decreto que põe fim as funções do antigo Comandante
Geral e o Vice Comandante da Polícia Nacional, e nomeia o novo comandante
e vice-comandante da polícia nacional.
Um
decreto aprovado pelo Governo e Promulgado pelo Presidente da República no dia
12 de Janeiro de 2015, foi publicado dois dias depois. (Pode comprovar - Decreto
que nomeia novo Comandante Geral e Vice Comandante da Polícia Nacional).
O
Téla Nón questionou os empregados do Centro de Informática e Reprografia sobre
a publicação dos 4 diplomas legais relacionados com o investimento da empresa
chinesa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux. A resposta foi segura. «Não.
Ainda não publicamos estes documentos».
Porquê?.
Creio que datam do ano passado. Interrogou o Téla Nón. …Um dos funcionários
pediu licença, foi a sala do responsável do centro de informática e
reprografia.
No
regresso, preferiu utilizar o crioulo fôrro…..Ummm Zémé Sá Tamén de
Flá..êêê Enfim ééé…declarou. (O mesmo que é melhor não falar sobre esse
assunto).
O
Jornal Oficial do Estado, até agora sem qualquer avaria no seu sistema como o
Téla Nón confirmou no local, publica tudo, menos os decretos – leis de 2014,
que ligam o Estado são-tomense e o investidor chinês Guangxi Hidroelectric
Construction Bureaux.
Será
uma acção das “Forças de Bloqueio” denunciadas pelo Chefe do Governo?
Pois,
Patrice Trovoada havia dito também que «não vamos afugentar investidores que
são necessários para desenvolver este país».
Abel
Veiga - Téla Nón (st)
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