O
Governo de Cabo Verde aprovou em Conselho de Ministros a entrada em vigor do
Acordo Ortográfico no país a partir de outubro, anunciou hoje o porta-voz do
executivo.
A
decisão, disse Démis Lobo Almeida, foi aprovada quinta-feira na tradicional
reunião do Conselho de Ministros, uma vez que, em outubro, chegará ao fim o
período de transição de seis anos para o Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa.
O
porta-voz governamental lembrou que os novos manuais escolares e pedagógicos
para os cinco primeiros anos de escolaridade, recentemente elaborados no quadro
da reforma curricular, já utilizam a nova grafia, destacando também a
realização, em parceria com o Centro de Língua Portuguesa/Camões, de várias
sessões alargadas e permanentes de formação dirigidas a estudantes e docentes.
Démis
Almeida realçou também que alguns órgãos de comunicação social, nomeadamente da
imprensa escrita, já aderiram ao AO, "ainda que de forma não
sistemática".
"O
Governo entende que Cabo Verde tem já as condições básicas necessárias, bem
como um ambiente favorável, para dar início à aplicação do Novo Acordo
Ortográfico, assim que terminar o período de transição, em outubro deste ano",
salientou o porta-voz.
A
partir de outubro, acrescentou, será adotado um Plano de Implementação
Complementar, que será executado "de forma concertada e articulada"
entre os diferentes intervenientes (Estado, Comunicação Social e
estabelecimentos de ensino), por um período máximo de um ano.
Ao
longo desse ano, até outubro de 2016, o Governo promoverá sessões de
esclarecimento sobre o uso do AO orientadas para professores, estudantes,
funcionários, jornalistas e corpo diplomático, entre outros, em parceria com as
universidades, diferentes ministérios, Associações, os Centros Culturais e o
Instituto de Língua Portuguesa/Camões na Praia.
Por
outro lado, irá disponibilizar conversores ortográficos e outros instrumentos
que facilitem o uso do AO, bem como um guia de utilização dirigido aos meios de
comunicação social, com o apoio do Instituto do Património Cultural e o
Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC).
O
executivo cabo-verdiano irá adotar a nova grafia em toda a correspondência
oficial do Estado, em todos os órgãos de comunicação social, designadamente,
jornais e televisões e Boletim Oficial.
A
10 de maio último, em declarações à agência Lusa, Cláudia Silva, presidente da
Comissão Nacional das Línguas cabo-verdiana, salientou que a questão do AO
"tem sido pacífica", ao contrário da unificação do Crioulo
cabo-verdiano, com variantes de ilha para ilha e também numa mesma ilha.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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