O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que a coligação PSD/CDS
vai perder as próximas eleições legislativas, mas não por culpa do PS, que
esteve "amarrado" durante quatro anos por ter assinado o memorando de
entendimento.
"Podemos
dizer que esta direita vai sofrer uma derrota nas eleições. Temos essa profunda
convicção, porque é um governo socialmente isolado, porque é um governo
condenado", frisou, este sábado à noite, num jantar com apoiantes do PCP
em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores.
Para
Jerónimo de Sousa, se a coligação PSD/CDS perder as eleições legislativas será
"por causa da luta dos trabalhadores", porque o PS "não mexeu
uma palha para que este Governo fosse derrotado".
"O
Partido Socialista durante quatro anos esteve amarrado e envergonhado, porque
tinha a assinatura desse pacto de agressão que a direita executou quando formou
governo. Um PS que desapareceu do combate, um PS comprometido porque assinou
esse memorando, que cortava salários, cortava pensões, que visava privatizações,
que visava cortes na educação, cortes na saúde?", salientou.
O
secretário-geral do PCP fez um balanço "dramático" dos últimos quatro
anos de governação, alegando que só os grandes grupos económicos e financeiros
escaparam à "fúria destruidora" do executivo.
"Hoje
quatro anos passados temos o país mais endividado, o país mais dependente, o
país com mais pobreza, o país com mais desemprego, o país com mais injustiças
sociais", frisou.
Jerónimo
de Sousa considerou, no entanto, que o PS não será alternativa ao Governo da
coligação PSD/CDS, salientando que foram os socialistas a iniciar cortes nos
apoios sociais.
"Foi
o Partido Socialista que iniciou os cortes nos abonos de família. A direita foi
mais bruta, é verdade, mas foi o Partido Socialista que começou por cortar com
os abonos de família, cortando a sua universalidade. Foi o Partido Socialista
que iniciou o encerramento de escolas, o encerramento de serviços de
saúde", acusou.
Na
ilha Terceira, o secretário-geral do PCP considerou que mesmo que os Açores não
consigam eleger um deputado comunista para a Assembleia da República, "não
haverá nenhum voto perdido na CDU".
"As
eleições são para eleger deputados, mas são muito mais do que isso. Cada voto
na CDU aqui nos Açores, aqui na Terceira, é um voto que vai contar, porque
quanto mais força tiver a CDU mais próxima está essa política alternativa que
nós defendemos", frisou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
PCP - Jerónimo
de Sousa diz que PS propõe alternância, não alternativa
O
secretário-geral do PCP disse hoje que aquilo o PS propõe "é
alternância" e manutenção da "política de direita", sublinhando
que os comunistas não podem "calar" as responsabilidades dos
socialistas na situação do país.
"Não
conseguimos encontrar essa alternativa [no PS]. O que o PS propõe é
alternância, o que o PS propõe é ser Governo, mas no essencial é para continuar
a mesma política", afirmou Jerónimo de Sousa, num almoço com apoiantes do
PCP, na Horta, ilha do Faial, Açores.
Jerónimo
de Sousa afirmou que nas eleições deste ano, "não basta derrotar o Governo
da direita, é preciso derrotar a política de direita", lembrando "as
responsabilidades do PS", que foi "quem convocou" 'a troika' e
"subscreveu em primeiro lugar" o "pacto de agressão" com os
credores estrangeiros, que depois "a direita concretizou".
"Podemos
calar este facto, que o Partido Socialista também teve responsabilidades
particulares neste processo?", questionou, acrescentando que o PS não
"aprendeu a lição" e não se apresenta às eleições legislativas deste
ano com uma política alternativa.
A
este propósito, sublinhou que no programa do PS não há "uma linha"
sobre a renegociação da dívida e que no caso de outro dos "bloqueios"
para o país, o tratado orçamental europeu, que exige "uma redução do
défice a mata cavalos", os socialistas apenas usam uma referência
"que ninguém percebe": uma "leitura inteligente" desse
tratado.
"Consola
pouco e descansa pouco os portugueses", disse Jerónimo de Sousa, que
considerou que o tratado tem normas e sanções "claras" para quem não
o cumprir.
O
secretário-geral do PCP criticou também outras propostas do PS, como "o
congelamento" de pensões e reformas, a da Taxa Social Única (TSU) (que
disse que se traduziria em reformas mais baixas), a política de privatizações
ou "a recusa" em recuperar os direitos perdidos dos trabalhadores nos
últimos quatro anos.
Em
relação aos Açores, Jerónimo de Sousa lamentou que prevaleça "a
ideia" de que no arquipélago o PCP "não tem possibilidades" de
eleger um deputado, "esquecendo ou omitindo" que "todos os votos
vão contar" para reforçar a expressão da CDU.
"É
do pequeno que se faz o grande. Aqui nos Açores temos condições para crescer
também e para avançar", afirmou, sublinhando que há quatro anos os Açores
tinham das taxas de desemprego mais baixas e hoje têm uma das mais elevadas e
que a região enfrenta o mercado liberalizado do leite europeu,
"inundado" pelos produtos dos países do norte.
"Quem
vai dar resposta? PS, PSD e CDS, que votaram Assembleia da República e na União
Europeia pelo fim das quotas [leiteiras]?", questionou.
O
líder do PCP nos Açores, Aníbal Pires, considerou por seu turno que "a
primeira tarefa" do PCP nos Açores nas eleições é mobilizar o eleitorado
para votar, dado o elevado abstencionismo, "alimentado" pelo Governo
Regional socialista e algumas forças políticas "que gostariam de deixar
tudo como está".
Aníbal
Pires, que encabeça a lista da CDU pelos Açores nas eleições deste ano, disse
ainda que os deputados que têm sido eleitos pela região, pelo PS ou pelo PSD,
"dizem uma coisa nos Açores e fazem outra completamente diferente na
Assembleia da República", sendo tempo de dizer "lá se fazem, cá se
pagam".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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