No
discurso desta terça-feira ao grupo parlamentar do Syriza, Alexis Tsipras
acusou os credores de quererem fazer passar a mensagem de que a vontade do povo
não pode derrubar o neoliberalismo.
“Recebemos
um mandato de quatro anos para pôr fim à austeridade”, lembrou Tsipras,
sublinhando a responsabilidade dos credores por terem transformado a Grécia
numa “colónia da dívida” nos últimos cinco anos. “A Europa deve deixar de dar
tiros nos pés”, diz o primeiro-ministro grego.
“A
crise tem de ser paga pela oligarquia, não por quem trabalha”, defendeu o
primeiro-ministro grego, acusando os credores de insistirem nos cortes de
pensões e subida do IVA de bens essenciais para prosseguirem a sua agenda
política. “Eles estão a dar uma mensagem clara de que a vontade do povo não
pode mudar as coisas, não pode derrubar o neoliberalismo. Isto é um combate
para afogar qualquer modelo que defenda os interesses da maioria da sociedade.
A asfixia financeira por parte do Banco Central Europeu confirma isso mesmo”,
acrescentou Tsipras.
Falando
das negociações dos últimos meses, Tsipras recordou que o compromisso assumido
pelo anterior governo era de um saldo primário orçamental de 3% para este ano,
que implicaria cortes ainda mais brutais, quando agora os credores aceitam um
saldo de 1% em troca de mais cortes. “Chegou a altura da Europa debater de
forma séria e consistente, não apenas pelo futuro da Grécia, mas sobretudo pelo
seu próprio futuro. Querem conduzir um país e o seu povo em direção à
humilhação e pobreza, ou encontrar soluções e abrir a via para a consolidação
da democracia e da solidariedade na Europa?”, perguntou.
“Não
foram meses fáceis. Apesar das armadilhas constantes dos apoiantes do
memorando, conseguimos manter-nos bem erguidos e avançar com as primeiras
medidas de alívio aos que mais sofreram com a crise nos últimos cinco anos”,
resumiu Tsipras no discurso aos deputados do seu grupo parlamentar.
Com
o impasse das negociações, o Syriza marcou uma manifestação para Atenas na
véspera do Eurogrupo, para defender que o governo não aceite nenhum compromisso
que implique mais austeridade para o país.
InfoGrécia
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