O
Governo angolano concedeu o estatuto de instituição de Utilidade Pública à
associação dos funcionários dos serviços secretos do país, numa altura em que
os critérios destas decisões têm vindo a ser questionados pela oposição.
Adecisão
consta de um despacho presidencial de 29 de Junho e atribuiu este estatuto e
respectivos benefícios à associação mutualista Usoko, que, lê-se, tem por
finalidade “assegurar a protecção social complementar e a solidariedade social
dos funcionários dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado”.
O
despacho reconhece ainda que os objectivos e propósitos da Usoko “abrangem todo
o território nacional” e que esta decisão, tendo em conta os “fins de interesse
geral” que a associação persegue, mereceu o parecer favorável do Ministério da
Justiça e dos Direitos Humanos.
O
governo aprovou, em Março último, a atribuição do mesmo estatuto à associação
União das Associações Locais de Angola (Amangola), tendo a UNITA criticado a
decisão. Alegou nomeadamente tratar-se de uma ramificação do partido no poder
desde 1975, o MPLA.
A
UNITA recordou a existência de outras associações que operam no país como
“verdadeiros” auxiliadores do Estado, citando os exemplos da “Mãos Livres” ou
da Associação Justiça Paz e Democracia, críticas das políticas do Governo e com
forte intervenção cívica, que continuam sem ter acesso ao referido estatuto e
apoios estatais previstos.
Folha
8 (ao)
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