A
liberdade de escolha dada aos portugueses entre o setor público e privado, nos
moldes atuais e planeados pelo Governo, é amplamente criticada por Manuela
Ferreira Leite.
Em
comentário no programa ‘Política Mesmo’ da TVI24, Manuela Ferreira Leite deixou
claro que entende que “não há matriz social-democrata” no programa eleitoral da
coligação Portugal à Frente.
Esta
ideia deve-se ao facto de, a seu ver, existir em todo o documento um ponto com
o qual não se identifica: a liberdade de escolha, que presume que seja entre o
setor público e o setor privado.
Tendo
em conta que, pelos padrões da social-democracia, “o Estado social assenta em
três pilares (educação, saúde e segurança social) que devem ser fornecidos aos
cidadãos”, esta é uma ideia com a qual a ex-líder do PSD não consegue “ser
solidária”.
“A
liberdade de escolha tem graça nos três ou quatro primeiros anos. Ao fim de 10
anos ficamos com uma qualidade de ensino no privado que é para alguns (os que
podem pagar) e no público que é para os que menos podem”, notou a comentadora,
certa de que, “se as escolas e hospitais públicos ficarem só para as IPSS’s,
entramos num regime assistencialista”.
Assim,
no seu entender, cria-se um modelo em que “o Estado paga aos pobrezinhos, o que
é absolutamente contrário à matriz social-democrata”.
Manuela
Ferreira Leite aceita que “possa haver uma complementaridade nos casos em que
não há estabelecimentos suficientes para responder à procura, o que pode
acontecer na saúde”, mas frisa que “isso não existe na educação, até porque há
escolas que estão a ser fechadas”.
Focando-se
em alguns pontos do programa do PSD/CDS, a social-democrata disse ter “muitas
dúvidas quanto ao que se propõe para a Segurança Social”, afirmou ser
“absolutamente contra” a chamada regra de ouro para a dívida e o défice e
explicou que não entende “por que é que a sobretaxa do IRS só acaba em 2019 e a
contribuição sobre o setor da energia acaba em 2018”.
Goreti
Pera – Notícias ao Minuto
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