A
cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) por Lisboa às legislativas de outubro
acusou hoje a coligação PSD/CDS de ter tido um discurso "de pura
propaganda" na apresentação do programa eleitoral, documento que
classificou de "mentiroso".
"Depois
de analisar as propostas apresentadas temos uma certeza: o que a coligação vai
fazer não está no programa que apresenta, o que está no programa que apresenta
não é para fazer. O que foi apresentado é um discurso ao melhor estilo Miss
Universo, pura propaganda", afirmou Mariana Mortágua aos jornalistas numa
conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa.
A
deputada vincou que "o diagnóstico em que assenta este programa da
coligação é mentiroso", referindo que "todas as propostas assentes
neste diagnóstico são propostas falsas, são propostas de pura propaganda, e a
maior prova disto mesmo é o facto de este programa não apresentar quaisquer
contas justificativas das propostas que apresenta".
Mariana
Mortágua ressalvou que o programa eleitoral da coligação PSD/CDS "parte do
princípio que o país está menos endividado quando o país está hoje mais
endividado do que alguma vez esteve", "parte do princípio que os
problemas estruturais da economia portuguesa estão resolvidos quando a economia
portuguesa enfrenta hoje os mesmos problemas estruturais", "parte do
princípio que o país é hoje financeiramente mais estável, quando basta olhar
para o sistema financeiro português para perceber que o país não é
financeiramente mais estável".
A
cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo de Lisboa criticou fortemente
as medidas apresentadas na quarta-feira pela coligação de direita Portugal à
Frente, destacando que a "suposta preocupação social se revela hipócrita e
falsa", argumentando que "quem deixa o país neste estado de pobreza
não tem preocupação social nem pode agora vir dizer que tem essa preocupação ou
que vai passar a tê-la".
"O
que preocupa este Governo não é a proteção do Estado social, tão pouco é a
racionalidade económica é a prestação de uma garantia de novas áreas de
negócio", vincou a parlamentar.
Quanto
à proposta de plafonamento da Segurança Social, Mariana Mortágua classificou de
"perigosa" e "irresponsável", pois "acaba com a ideia
de redistribuição na Segurança Social, ou seja, acaba com a ideia de quem mais
ganha contribui para poder pagar as reformas e as prestações de quem menos
tem".
A
deputada do BE classificou ainda como "amadorismo" e
"desonestidade", a proposta da coligação PSD/CDS de instituir na
Constituição um limite à dívida pública, pois o Governo "tem a maior
dívida pública que o país já teve nos últimos anos e ao mesmo tempo faz uma
proposta que implica aumentar a dívida pública em 9 mil milhões de euros".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário