Macau,
China, 07 set (Lusa) -- O presidente do Instituto Politécnico de Macau disse
hoje que os alunos em intercâmbio dos países lusófonos deverão duplicar para
100 no próximo ano letivo, quando o instituto ganhar espaço nas antigas
instalações da Universidade de Macau.
"A
falta de espaço é a primeira dificuldade com que nos deparamos na formação de
bilingues", afirmou Lei Heong Iok à agência Lusa, à margem de um seminário
que decorre até terça-feira no Instituto Politécnico de Macau (IPM).
Em
agosto do ano passado, o Governo de Macau anunciou que as antigas instalações
da Universidade de Macau, localizadas na Taipa, vão ser reservadas para o
ensino superior, após terminada a respetiva transferência para a Ilha da
Montanha. Várias universidades manifestaram interesse, tendo o Governo
atribuído as concessões este ano.
"Felizmente,
o Governo cedeu ao IPM cinco edifícios no antigo campus da Universidade de
Macau. No próximo ano vamos deslocar para lá o nosso Centro Científico e
Pedagógico da Língua Portuguesa, e um dos edifícios será para dormitórios.
Nessa altura, teremos melhores condições, em particular para os
dormitórios", explicou.
Atualmente,
as residências dos estudantes funcionam dentro do IPM, além de outros
alojamentos fora do instituto.
Segundo
Lei Heong Iok, o número de estudantes de intercâmbio de países lusófonos no IPM
passou de cerca de 30 em 2014 para um pouco mais de 40 este ano e a meta é
chegar a 100 no próximo ano. A maior parte destes alunos vem de Portugal,
nomeadamente no âmbito da licenciatura em Tradução e Interpretação
Português/Chinês -- Chinês/Português, em parceria com o Instituto Politécnico
de Leiria.
Este
ano, o IPM reforçou a oferta na área com o curso de Relações Comerciais
China-Países Lusófonos, uma licenciatura que para Lei Heong Iok "resulta
da consciência clara da importância do português no diálogo empresarial entre a
China e a lusofonia".
Também
presente no seminário de hoje, o secretário-geral do Secretariado Permanente do
Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da
Língua portuguesa, Chang Hexi, salientou o aumento da procura de quadros
bilingues em Macau, mas também no interior da China, graças ao desenvolvimento
das relações económicas e comerciais com o universo lusófono e, em especial, às
políticas de Pequim para estimular a internacionalização das empresas chinesas.
"Registou-se,
nos últimos anos, um grande aumento de investimento chinês nesses países, pelo
que, as empresas chinesas também carecem urgentemente de talentos
bilingues", referiu.
Chang
Hexi estimulou ainda os participantes no seminário "a apresentarem
propostas para um melhor aproveitamento das vantagens de Macau para o ensino
bilingue".
Já
o representante de Portugal, Mário Filipe da Silva, adjunto da presidente para
os Assuntos da Língua Portuguesa do Camões -- Instituto da Cooperação e da
Língua I.P, observou a importância de identificar as necessidades de quadros
bilingues.
Nesse
sentido, lançou a ideia de alargar o âmbito de um estudo publicado em 2013
sobre o potencial económico da língua portuguesa: "Com as contribuições de
mais parceiros, [esse estudo podia] passar a uma fase mais ambiciosa e alargar
o seu âmbito a todos os países de língua portuguesa".
"Macau
tem potencial e a centralidade para desempenhar um papel crucial na formação de
quadros bilingues e para estabelecer redes de cooperação alargada",
concluiu.
FV
// VM
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