Luanda,
21 out (Lusa) -- O ativista angolano Albano Bingobingo, um dos 15 jovens
acusados de tentativa de golpe de Estado, disse hoje à Lusa que suspendeu a
greve de fome que começou a 09 de outubro, face à marcação da data do
julgamento.
Em
declarações à agência Lusa no interior do Hospital-prisão de São Paulo, em
Luanda, Albano Bingobingo, confirmou que terminou a greve de fome na
terça-feira, após ter sido marcada a data do julgamento, entre 16 e 20 de
novembro.
O
ativista iniciou a greve de fome em protesto pelo prolongamento além do prazo
da prisão preventiva e, segundo denúncia da família, não recebeu os cuidados
médicos necessários.
O
eurodeputado Francisco Assis (PS) questionou hoje a Comissão Europeia sobre
eventuais diligências para garantir cuidados médicos urgentes a Albano
Bingobingo, também conhecido como Albano Liberdade, que, segundo o comunicado,
não se consegue manter de pé e "não recebeu até ao momento qualquer
assistência médica".
"Albano
Bingobingo foi despido na cela por polícias que o torturaram e o arrastaram
depois, nu, para o pátio. Testemunhas relatam que Albano Bingobingo está
gravemente doente e que apresenta uma infeção severa numa perna",
acrescentou o comunicado.
Assis
alertou assim para outros casos, face ao "quase monopólio do caso de Luaty
Beirão nos meios de comunicação social".
O
eurodeputado referia-se ao caso do luso-angolano que está em greve de fome há
31 dias e que anunciou na terça-feira, através do seu advogado, que pretende
manter este protesto, apesar de já estar marcada a data do julgamento.
Os
15 suspeitos, detidos a 20 de junho, têm idades entre os 19 e os 33 anos e são
professores, engenheiros, estudantes e um militar, entre outras ocupações.
Em
causa está uma operação policial desencadeada a 20 de junho de 2015, quando 13
jovens ativistas angolanos foram detidos em Luanda, em flagrante delito,
durante a sexta reunião semanal de um curso formação de ativistas, para
promover posteriormente a destituição do atual regime, diz a acusação.
Outros
dois jovens foram detidos dias depois e permanecem também em prisão preventiva.
PVJ/VM
// PJA
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