Camila
Alvarenga, São Paulo – Opera Mundi
“A
campanha dos drones hoje em dia é mesmo só sobre matar”, disse Michael Flynn,
antigo chefe da Agência de Inteligência de Defesa, ao site 'The Intercept'
Documentos
confidenciais da CIA e do Comando de Operações Especiais do Pentágono, que
foram vazados e divulgados pelo site investigativo The Intercept na quinta-feira (15/10), comprovaram que
ataques de drones são autorizados quando se há “quase certeza” de que um alvo
será eliminado, mesmo que este se encontre fora de uma zona de guerra.
Os
drones foram a arma escolhida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para
combater o terrorismo. O governo justifica seu uso por serem mais precisos e
pouparem vidas tanto de soldados norte-americanos, quanto de civis. Contudo,
segundo os documentos secretos compilados no relatório “The Assassination
Complex” (“O complexo de assassinato”, em tradução livre), os EUA realizam
ataques “letais” fora de uma “área de hostilidade ativa” quando um alvo
representa “uma ameaça contínua e iminente a pessoas dos EUA” e se há “quase
certeza” de que o alvo será eliminado, contrariando os argumentos fornecidos
pelo governo.
“A
campanha dos drones hoje em dia é mesmo só sobre matar. Quando você ouve a
frase ‘capturar/matar’, ‘capturar’ é um termo incorreto. Nós não capturamos
mais pessoas”, disse aoIntercept o Tenente General Michael Flynn, antigo
chefe da Agência de Inteligência de Defesa.
“Toda nossa política no Oriente Médio parece ser baseada em lançar drones. É isto que essegoverno [Obama] decidiu fazer para sua campanha anti-terrorista”, explicou.
Quando Obama assumiu a presidência, em 2009, os EUA haviam feito apenas um ataque de drone — no Iêmen, em 2002. Dez anos depois, foi registrado um ataque a cada seis dias no país. Já dados de agosto de 2015 mostraram que mais de 490 pessoas foram mortas por drones somente no Iêmen, entre eles, civis inocentes e membros de grupos extremistas.
“Toda nossa política no Oriente Médio parece ser baseada em lançar drones. É isto que essegoverno [Obama] decidiu fazer para sua campanha anti-terrorista”, explicou.
Quando Obama assumiu a presidência, em 2009, os EUA haviam feito apenas um ataque de drone — no Iêmen, em 2002. Dez anos depois, foi registrado um ataque a cada seis dias no país. Já dados de agosto de 2015 mostraram que mais de 490 pessoas foram mortas por drones somente no Iêmen, entre eles, civis inocentes e membros de grupos extremistas.
Alvos
Outro relatório do Intercept, que leva o nome de “The Kill Chain” (“A corrente de matar”, em tradução livre) mostrou como alvos — que recebem o nome de “objetivo” — são escolhidos e como os ataques são autorizados. Passando por uma sequência de pessoas, a palavra final pertence ao presidente Obama.
Outro relatório do Intercept, que leva o nome de “The Kill Chain” (“A corrente de matar”, em tradução livre) mostrou como alvos — que recebem o nome de “objetivo” — são escolhidos e como os ataques são autorizados. Passando por uma sequência de pessoas, a palavra final pertence ao presidente Obama.
Os
drones — chamados de “pássaros” pelos militares — partem para o Oriente Médio
são lançados de bases localizadas no Quênia, Djibouti e Somália, cujos governos
são parceiros dos norte-americanos. A maior preocupação dos militares é de que
as bases geralmente estão a mais de 500 quilômetros dos alvos, de modo que os
drones passam mais tempo em trânsito do que monitorando o objetivo em si.
Depois
de um ataque, caso o alvo tenha sido eliminado, ele é chamado de “jackpot”.
Contudo, se o ataque falha e elimina outra pessoa, ou se há mais vítimas além
do alvo, estes outros mortos são considerados “inimigos abatidos em combate”,
mesmo que sejam civis.
Em
operações realizadas em 2012 no Afeganistão, durante cinco meses, nove a cada
dez pessoas mortas por drones não eram consideradas alvo para os
norte-americanos, isto é, não apresentavam nenhuma suposta ameaça.
Dados
de 2014 do Bureau of Investigative Journalism revelaram que, a
cada tentativa de executar um líder terrorista, drones norte-americanos
mataram, pelo menos, 28 civis inocentes.
*Com
Tabelas e Mapa no original
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