Macau,
China, 18 out (Lusa) - O Governo de Macau disse hoje que vai continuar a
limitar a abertura de novas mesas de jogo no território e a controlar a
"dimensão do crescimento" do setor, lamentando as críticas recentes
de um operador de casinos.
Na
sequência de críticas de Steve Wynn, o norte-americano que preside à Wynn
Resorts, o executivo de Macau reafirmou, em comunicado, a intenção de
regulamentar a gestão do jogo "com vista a fomentar o desenvolvimento
ordenado da indústria".
O
objetivo do Governo de Macau é diversificar a economia, dependente, atualmente,
do jogo, e tornar o território num "centro mundial de turismo e
lazer", ou seja, com componentes de atração de visitantes para além do
jogo.
"A
otimização da estrutura industrial do território, a promoção da diversificação
adequada da economia, o controlo apropriado da dimensão do desenvolvimento do
sector do jogo, constituem consenso na sociedade local" e
"representam ainda a direção inalterável da governação" do Executivo
de Macau, lê-se no comunicado hoje divulgado.
Quanto
aos pedidos para mesas de jogo em projetos em desenvolvimento pelas operadoras
no território, o Executivo garante que não mudará o limite já definido para
abertura de novas mesas e que a resposta a cada pedido levará em consideração
fatores como o "desenvolvimento do mercado" e a adequação dos novos
casinos e 'resorts' ao objetivo de construção do centro mundial de turismo e
lazer em Macau.
Segundo
o mesmo comunicado, o secretário para a Economia e Finanças do Governo de
Macau, Leong Vai Tac, reuniu-se hoje com responsáveis da Wynn por causa destas
questões e o Executivo "emitiu, há dias, instruções internas" às
operadoras de jogo no território para desenvolverem as suas atividades
"nos termos da lei, otimizando os planos de gestão, a fim de elevar a
imagem das empresas e sua capacidade concorrencial".
Na
semana passada, Steve Wynn disse que em 45 anos de ligação ao negócio dos
casinos, nunca viu nada como aquilo que está a acontecer em Macau, considerando
"irracional" os limites introduzidos às mesas de jogo em novos
'resorts' e que as operadoras só saibam quantas mesas poderão criar poucas
semanas antes de abrirem os novos casinos.
"Construímos
dezenas de milhares de quartos, restaurantes e atrações, mas dizemos [às
pessoas]: 'vocês não podem jogar porque não há mesas'. Bem, essa é uma das
razões por que elas vêm a Macau. Se quiserem minar e sabotar a viabilidade
desta indústria, imponham limites às mesas. Sou muito crítico desta decisão,
porque não a entendo de maneira nenhuma", afirmou, sublinhando que tem 45
anos de experiência neste negócio e nunca viu uma situação semelhante.
Steve
Wynn, citado pela agência Bloomberg, falava numa conferência telefónica com
analistas, a partir dos Estados Unidos, no dia em que foram divulgados os
resultados da empresa que lidera relativos ao terceiro trimestre do ano.
A
Wynn Macau teve uma quebra homóloga de 37,9% das receitas líquidas no terceiro
trimestre, para 585,1 milhões de dólares (514,4 milhões de euros). Já a
operação em Las Vegas caiu 3,9%.
As
receitas dos casinos de Macau, o maior centro de jogo do mundo, estão em queda
desde junho de 2014, tendo registado em setembro o valor mais baixo dos últimos
cinco anos.
MP
(ISG) // JLG
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