O
secretário-geral do PCP acusou o Presidente da República de atuar "não
como Presidente da República" mas como "representante de PSD e
CDS-PP" em "assumido confronto" com a Constituição.
As
palavras do chefe de Estado ao indigitar Pedro Passos Coelho como
primeiro-ministro resultaram, dizem os comunistas, numa "intolerável"
atitude "de pressão e chantagem sobre os deputados e as opções que estes
devem assumir".
"O
Presidente da República torna-se responsável pela atitude de confronto com a
Constituição e pela instabilidade que gera e consequências políticas e
institucionais dela decorrentes", prosseguiu Jerónimo de Sousa numa
conferência de imprensa no parlamento.
Para
Jerónimo de Sousa, a indigitação de Passos Coelho levará a uma moção de
rejeição no parlamento ao futuro programa de governo abrindo-se espaço para a
formação de um executivo do PS que apresente o seu programa e que seja também
encontrada "a adoção de uma política que seja uma solução duradoura".
"PSD
e CDS não têm condições para governar, havendo na AR uma maioria de deputados
que é condição bastante para a formação de um governo de iniciativa do
PS", prosseguiu o líder comunista. O PCP, insistiu Jerónimo de Sousa,
reafirma o "compromisso de lutar por uma política que responda de facto a
direitos dos trabalhadores e do povo" e promova o crescimento económico.
Questionado
sobre as negociações com o PS para a viabilização de um executivo socialista, o
secretário-geral do PCP diz que o "momento" não é de detalhar o papel
dos comunistas numa futura alternativa de esquerda, escusando-se a entrar em
mais detalhes sobre o rumo das conversas.
TSF
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