O
candidato presidencial Edgar Silva acusou hoje o Presidente da República de
agir de forma a agradar aos mercados financeiros, considerando que Cavaco Silva
deve ser leal à decisão da maioria dos deputados, que apoia uma solução
governativa.
"Até
agora, o atual Presidente da República tem estado mais preocupado em decidir em
função do que ele pensa que pensam os mercados, em função daquilo que ele acha
que é melhor para os especuladores e os agiotas", afirmou Edgar Silva, à
margem de uma reunião com os Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins.
O
candidato a Belém referiu também que "se o parlamento reúne as condições
para a viabilização de uma solução de Governo, seja ela ou não da vontade do
Presidente, seja ela ou não ao gosto do Presidente, o Presidente não pode impor
a sua vontade, a sua subjetividade, aquela que é a verdade democrática, àquela
que é a vontade que a maioria decide".
O
candidato apoiado pelo Partido Comunista Português (PCP) vincou que "a
opinião, a conceção subjetiva do Presidente, não se pode impor ou sobrepor à
Constituição e aquelas que são as obrigações constitucionais do Presidente.
Isso não é uma fraude, isso seria um atentado à própria democracia, seria um
atentado à própria Constituição".
"O
Presidente da República, em conformidade com a Constituição, tem uma outra obrigação,
e essa é de lealdade para com a decisão do outro órgão de soberania, que é o
parlamento", e neste sentido, na opinião do candidato, "se há uma
maioria de deputados que assume publicamente um compromisso de viabilização de
uma política alternativa, o Presidente da República a outra coisa não está
obrigado senão a respeitar obrigatoriamente aquela que é a vontade do
parlamento".
Ao
mesmo tempo, Cavaco Silva "tem que atender aquele que é o sentir do povo
português", salientou Edgar Silva, considerando que os portugueses têm
"um desejo imenso de mudança, de um tempo novo".
Relativamente
à reunião com os Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins, o candidato a
Presidente da República disse que entre as principais preocupações que lhe
foram transmitidas incluíam-se dificuldades financeiras derivadas do que
considerou uma "ofensiva antissocial" por parte do Estado.
Este
setor, para o candidato, é uma "área nevrálgica e fundamental para bem
servir a população".
"Há
um conjunto de cortes nas autarquias. As entidades que prestam serviço público
têm incumbências para vez mais alargadas e os meios financeiros têm sido cada
vez mais escassos e insuficientes", vincou o candidato.
Edgar
Silva referiu ainda que "esta ofensiva, uma ofensiva antissocial que tem
marcado a governação nos últimos anos, não é um conceito teórico, tem
implicações práticas na vida das pessoas e na qualidade do serviço prestado às
pessoas", o que constitui "um retrocesso social".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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