Estado
da Nação: crise política e militar, crise económica e financeira, Moçambique
entre os piores países do mundo... quantos moçambicanos ainda confiam em Nyusi?
Após
o partido Frelimo “empurrar a Renamo para a guerra”, precedido no anúncio de
Afonso Dhlakama de que em 2016 vai tomar posse, os moçambicanos estão ansiosos
por saber do seu “empregado” qual é a solução para a crise política e militar.
O povo está também na expectativa de uma solução para a crise económica e
financeira e na esperança que o bem estar chegue a todos. Apenas 2.803.536
moçambicanos, dos 10.874.328 recenseados, confiaram em Filipe Jacinto Nyusi
para ser o quarto Presidente da República de Moçambique, quantos ainda
confiarão nele após o seu primeiro informe sobre o Estado da Nação?
Ao
contrário da arrogância do seu antecessor Filipe Nyusi chegou humilde e abriu o
seu coração para todos os moçambicanos afirmando a sua vontade de promover a
inclusão política, social e económica. Dialogou com vários sectores da
sociedade e especialmente encontrou-se com o líder do maior partido da oposição
que não reconhece a sua vitória nas Eleições Gerais de 2014.
Porém,
passado o período de “graça”, as boas intenções do seu discurso começaram a
levar os moçambicanos de regresso ao passado recente. À socapa chegaram mais
equipamentos militares, depois, já abertamente, os militares tomaram posições
estratégicas nas regiões onde o partido Renamo ainda tem os seus antigos
guerrilheiros, o diálogo político acabou no Centro de Conferências Joaquim
Chissano e depois de várias emboscadas Afonso Dhlakama chegou a ser atacado
numa residência em plena cidade da Beira.
Agora
só falta mesmo voltarmos a ter que possuir guias de marcha para andarmos por
Moçambique, pois em vários locais, como na ponte sobre o rio Save, estão
posicionadas Forças de Defesa e Segurança a “controlar” quem cruza o país pela
única estrada que o conecta de Norte a Sul.
Pelo
meio o Executivo de Nyusi, enquanto dialogava com a sociedade civil, atropelou
a Constituição da República avançando com a terceira consulta pública para o
reassentamento das comunidades que vivem na península de Afungi, onde se
pretende instalar infra-estruturas de processamento de Gás Natural Liquefeito.
Nesta semana, novamente ignorando os apelos da sociedade civil e ainda a
cometer ilegalidades decorre a terceira consulta pública.
O
custo de vida começou a aumentar pelo pão, passou pela energia eléctrica e
chegou a água potável. Desde o mês de Novembro o custos da maioria dos produtos
e serviços disparou. A culpa é do povo que consome mais do que produz, dizem, a
culpa é do dólar que se está a valorizar, também nos tentam fazer crer, mas as
explicações necessárias sobre o negócio da Empresa Moçambicana de Atum
(EMATUM), ou sobre as negociatas na Electricidade de Moçambique, ou por que é
que o sacrifício é só para o povo quando se vê serem aprovados aumentos aos
salários já chorudos e as mordomias dos governantes?
O
povo sabe que a pobreza não acabou em 2014, sabe também que não está “no bom
caminho rumo à prosperidade”, e tem consciência que a sua vida não está a
crescer “rumo ao progresso e bem-estar”.
Nesta
quarta-feira (16) ficaremos a saber qual é o Estado da Nação de Filipe Nyusi!
Adérito
Caldeira - @Verdade
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