quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

RAMOS HORTA EM PALESTRA NO MUSEU DO ORIENTE EM LISBOA, SEXTA-FEIRA 27




Falar de Timor-Leste e dos imensos desafios que tem pela frente, quais as perspetivas de os vencer ou de ser vencido, que futuro terá o país quando a nova geração assumir plenamente os poderes de acesso aos seus destinos, que democracia, que justiça, que distribuição da riqueza?

Tudo questões pertinentes a que urge responderem os que foram e são altos responsáveis pela formação de Timor-Leste e sua independência. No Museu do Oriente, em Lisboa, talvez venhamos a desanuviar algumas destas nossas dúvidas.

José Ramos Horta será o palestrante convidado na abordagem “Timor-Leste, desafios e perspectivas”. No Museu do Oriente, ás 18 horas desta sexta-feira, 27 de Fevereiro. A entrada é livre. 

O Museu do Oriente é nas docas de Alcântara norte (Lisboa), na Avenida Brasília. Contacto telefónico: 21 394 053/1

PM timorense quer celeridade no registo empresarial e agilidade na cobrança fiscal e no porto




PM de Timor-Leste quer mais celeridade no registo empresarial, agilidade na cobrança fiscal

Díli, 26 fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense defendeu hoje novos métodos para dar mais celeridade ao processo de registo empresarial e mais agilidade e eficácia na cobrança de impostos, afirmando que as receitas domésticas do país têm que aumentar.

Rui Araújo realizou hoje uma visita surpresa ao Serviço de Registo e Verificação Empresarial (SERVE), criado em 2012 para ser um "serviço único" integrado, para todos os serviços relacionados com o registo e licenciamento comercial, antes tratados em três Ministérios diferentes.

Apesar da promessa de ser um "one stop shop", o chefe do Governo constatou que a ideia ainda está longe de ser implementada.

"Afinal este 'one stop shop' é um 'três stop shop'", comentou, pedindo que os serviços procurem novos métodos.

Rui Araújo questionou repetidamente o facto de demorar até 40 dias para completar todo o processo de registo de uma empresa - "mesmo um quiosque" - como era o caso de um que estava a ser registado por um mulher com quem o primeiro-ministro conversou no local.

"Não pode ser. Temos que facilitar as coisas. Fix it", disse, dirigindo-se ao número dois das Finanças.

Em cada uma das várias portas dos departamentos ali integrados, Rui Araújo ouvia mais uma informação, recolhia mais uma impressão sobre os serviços, repetindo, vezes sem conta a expressão em inglês.

Foi a primeira-vez que um chefe de Governo visitou o local.

Florêncio Sanches, diretor do SERVE, explicou à Lusa que até ao momento já foram dadas em Timor-Leste cerca de 30 mil licenças empresariais ou de autorização para fazer negócio.

Desse total 7.600 têm um certificado de registo empresarial, sendo que há 172 cujas receitas brutas anuais ultrapassam um milhão de dólares.

Outros dados estatísticos, porém, são mais difíceis de apurar. Ninguém sabe, em Timor-Leste, quantos trabalhadores pagam impostos - só descontam salários acima de 500 dólares mensais - nem sequer quanto cada setor de atividade paga de impostos.

Ainda assim, em 2014, as receitas tributárias não petrolíferas, explicou, foram de 72 milhões de dólares.

O grande bolo das receitas tributárias é do setor petrolífero: 8 mil milhões de dólares nos últimos 15 anos, praticamente metade do valor total do Fundo Petrolífero - a outra metade provém das 'royalties' das explorações em si.

No total há 17 empresas operadoras, no setor de petróleo e gás, mas mais de 200 contratadas.

E apesar das receitas estarem em queda desde 2012 - ainda antes da queda no valor do crude e devido à menor produção em campos como o Bayu Undan - continuam a ser significativas: só nos primeiros nove meses do ano, as receitas tributárias ascendiam a 609 milhões de dólares.

"Isto afeta a economia do país, estamos a ver o rendimento doméstico, a ver como o sistema funciona. Há possibilidade de, tendo uma melhor administração dos impostos, do Estado poder recolher mais", disse Rui Araújo à Lusa.

"É nesse sentido que este governo vai ter que trabalhar", afirmou.

ASP // FV

PM timorense realiza visita surpresa ao Porto de Díli e pede melhores métodos

Díli, 26 fev (Lusa) - A expressão em inglês "fix it" (compõe) foi uma das mais usadas pelo primeiro-ministro timorense durante as visitas surpresas que realizou ao Porto de Díli e a vários departamentos do Ministério das Finanças na capital timorense.

"Mais do que querer punir seja quem for, trata-se de perceber o que se passa, de ver como estão a funcionar as coisas. Para melhorar a política de implementação", explicou Rui Araújo.

"Temos que criar sistemas que sirvam melhor a comunidade", insistiu o primeiro-ministro que visitou o Porto acompanhado do vice-ministro das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações, Inácio Moreira, e do vice-ministro das Finanças, Hélder Lopes.

É a segunda vez desde que tomou posse, há 10 dias, que realiza inspeções surpresas a departamentos do Governo.

Os jornalistas são chamados a estarem no Palácio do Governo logo ao início da manhã - Rui Araújo chega ao escritório às 07:30 - e depois, numa carrinha organizada pela Secretaria de Estado da Comunicação Social acompanham as visitas.

Não se sabe o destino, viaja-se apenas com o carro do primeiro-ministro e duas viaturas de segurança. Sem pressas, sem sirenes e com paragens até nos semáforos, se estiverem vermelhos.

Durante cerca de uma hora, o chefe do Governo visitou praticamente todas as áreas do Porto de Díli, verificando como se realizam inspeções aos contentores e o uso da única máquina de raio-x para investigar o conteúdo dos contentores.

Uma oportunidade para perceber os vários problemas com que se depara a principal infraestrutura de entrada de tudo em Timor-Leste, com cerca de mil contentores processados por mês - sendo que, em média, demora 15 dias para que o contentor, quando chega, saia do Porto.

"É um problema de capacidade mas também é um problema de gestão. E em termos de serviços públicos vamos ter que resolver isto", disse à Lusa o chefe de Governo durante a visita ao Porto.

Os problemas vão desde a dimensão do porto - navios chegam a ter que esperar mais de um mês para poder descarregar - falta de coordenação e de melhores métodos no processo que envolve alfândega e autoridade portuária, a meios técnicos pouco adequados.

"A dimensão do Porto é insuficiente e os navios têm que esperar muito tempo", disse à Lusa Valente Araújo, do serviço de alfândegas.

A cada problema detetado Rui Araújo foi dando instruções aos membros do Governo que o acompanham para que tomem nota - "fix it" - e para que se coordenem melhor.

"Eu acho que podemos melhorar as coisas. Alterar procedimentos. Temos estado a dialogar com os responsáveis do Porto para tentar agilizar as coisas", disse à Lusa José António Abílio, diretor geral das Alfandegas.

ASP // FV

Presidente do parlamento timorense pede que estrangeiros respeitem decisão sobre línguas




Díli, 26 fev (Lusa) - O presidente do Parlamento Nacional timorense pediu hoje a outros países e a instituições estrangeiras que deixem de "perturbar" e respeitem a decisão "fundamental e estratégica" de Timor-Leste sobre as suas línguas nacionais, tétum e português.

"Tenho visto, desde o início, infelizmente, interesses estranhos a Timor a perturbar as escolhas fundamentais estratégicas que o país tomou", disse Vicente da Silva Guterres em entrevista à Lusa.

"Peço às pessoas que são estranhas a Timor que nos respeitem. Que respeitem as opções fundamentais que os timorenses tomam relativamente aos seus interesses fundamentais. Peço a países estrangeiros ou instituições das Nações Unidas que respeitem a vontade dos timorenses", afirmou.

Vicente da Silva Guterres falava à Lusa dias antes de o parlamento timorense debater e votar - está agendado para terça-feira - uma Apreciação Parlamentar para revogar a vigência de dois polémicos diplomas que colocam o português como língua principal apenas no 3.º ciclo.

Os quase 20 deputados que assinam a Apreciação Parlamentar consideram que os dois diplomas do Governo - publicados no Jornal da República em janeiro - são inconstitucionais e "afetam negativamente o ensino da língua portuguesa em Timor-Leste".

Os deputados acham "flagrantemente contraditório" que o Governo, no mesmo diploma, proclame o objetivo de "garantir um sólido conhecimento de ambas as línguas oficiais", mas acabe por as discriminar, "colocando em papel de destaque as línguas maternas e o tétum".

Os parlamentares consideram que o diploma faz "perigar a aprendizagem do português ao não lhe atribuir a devida importância na fase da vida da criança em que ela está mais predisposta à assimilação de conhecimentos".

Afirmando que tem defendido a mesma posição sobre as duas línguas oficiais "desde sempre", o presidente do parlamento pediu aos timorenses que sejam "coerentes e consequentes".

"Trata-se de uma decisão fundamental para o país, maduramente pensada, na convicção de que é vital para a sobrevivência de Timor como pais independente que possa dominar de uma forma definitiva a língua portuguesa", afirmou.

Vicente da Silva Guterres disse que defendeu esta mesma posição, esta semana, num encontro que a vice-ministra da Educação, Dulce Jesus Soares, que, acompanhada de duas assessoras portuguesas, defendeu os decretos.

O presidente do parlamento disse ter ficado "admirado" e "não conseguir compreender" o facto de os decretos terem sido defendidos por duas assessoras portuguesas.

E insistiu que, "independentemente de todas as teorias", ele próprio é um exemplo de que ensinando o português desde o início se consegue aprender essa língua, mesmo que não seja a materna.

"Aquilo que convictamente defendo é que se avance, em simultâneo, com as duas línguas oficiais: o português e o tétum. O português pode arrastar o tétum e o tétum, juntamente com o português, podem desenvolver-se de forma harmoniosa, consolidando os nossos conhecimentos nas duas línguas oficiais", disse.

"E consegue aprender-se o português sem esquecer as línguas maternas. Adquiri o português e não perdi as minhas línguas maternas", afirmou.

Vicente da Silva Guterres afirmou que há exemplos em que a implementação de programas de promoção das línguas maternas, como a África do Sul, só pretendeu impedir o acesso a outra língua, que poderia fornecer maiores conhecimentos científicos.

"E aqui perto, na nossa região, também se foi nesse sentido. Para dividir, desunir e evitar que o povo dê um salto e se possa inserir adequadamente neste mundo globalizado", afirmou.

ASP // JPS

Governo timorense cria duas reservas naturais aquáticas para recuperar a pesca




Díli, 26 fev (Lusa) - O Governo timorense criou duas novas reservas naturais aquáticas costeiras, uma na região de Balibó, próximo à fronteira com a Indonésia, e outra em Ataúro, a ilha em frente a Díli, nos dois casos para recuperar a pesca.

Os decretos de criação das reservas foram publicados em Jornal da República esta semana, abrangendo duas zonas, uma no suco de Batugadé, em Balibó, e outra em Ataúro, a ilha situada à frente da capital timorense e que é já um dos destinos mais procurados pelos apreciadores de mergulho.

Nos dois casos é objetivo do Governo "recuperar as pescas e outros recursos biológicos", procurando preservar os recursos de pescaria e garantia da sua "exploração e utilização de forma sustentável".

Natação, 'snorkel', mergulho e investigação científica são as únicas atividades permitidas nas duas zonas.

Segundo o decreto, a reserva de Batugadé pretende reabilitar os habitats, algo que considera essencial para a recuperação da pesca na zona, a fonte de sobrevivência para 28% dos agregados familiares da zona, contribuindo para 22% da sua economia.

É ainda crucial para a alimentação da população local e para "a sobrevivência do crocodilo de água salgada", acrescenta.

Em causa está uma zona de 112,59 hectares, com 18,95 hectares de coral, 3,49 hectares de sargaços de ervas marinhas, 0,60 hectares de mangue, 2,83 hectares de praia e 86,72 hectares de águas profundas.

"O habitat de mangue na reserva é avaliado como muito perturbado. As manchas de mangue são curtas e estreitas e são compostas de apenas 4 das 19 espécies verdadeiras em Timor-Leste", refere o texto.

Além de proibir a pesca, os decretos proíbem extração de areia e pedra, revogação de ervas marinhas, recolhimento de quaisquer recursos aquáticos e cortes de árvores de mangue.

No caso da reserva de Ataúro, o Governo refere problemas idênticos com o mangue, considerando que o recife de coral está em bom estado, mas notando que os efeitos da sobre pesca se notam nas populações de peixe da zona.

A reserva de Ataúro tem 50,85 hectares, com 31,34 de recifes de coral, 18,36 de sargaços, 0,97 de mangue e 0,187 de praia.

ASP // JPS - Na foto: Ataúro, ilha situada frente a Díli.

Timor-Leste. PR – GOVERNANTES DA NOVA GERAÇÃO NÃO DEVEM PENSAR SÓ EM ENRIQUECER



26 de Fevereiro de 2015

O Presidente da República, Taur Matan Ruak pede aos governantes da nova geração que estão neste momento a assumir cargo no VI Governo Constitucional para não pensarem só em enriquecer, mas devem pensar no povo que ainda enfrentam vários problemas.

Falou na sequência do diálogo com a comunidade do suco Madabenu, Posto Administrativo de Laulara, Município de Aileu na passada terça feira.

Disse que tinha feito a transição de governo para as novas gerações para governarem este país, pois o futuro deste país não está apenas nas mãos das gerações antigas, mas também das novas. Já é tempo de dar oportuniadede às novas gerações. “ Peço às novas gerações que neste momento  estão a assumir as pastas do VI Governo que não pensem só em enriquecer, mas no povo que ainda está a enfrentar vários desafios” disse.

No mesmo sítio uma habitante do suco Madabeno, Rosa pediu ao estado que crie segurança à comunidade para que possa viver em harmonia, de modo a poderem realizar as atividades para se sustentarem. “Não exijo ao estado e ao governo para oferecerem o subsídio de idoso ou de veteranos, só peço que criem a paz para podermos realizar as atividades sem nenhum conflito” disse.

Por outro lado a representante da juventude do mesmo suco, Alexandre Moniz disse que muitos dos jovens deste suco têm capacidades, no entanto depois de terminarem o ensino pré-secundário e secundário não têm nada para fazer, contando os carros a passarem nas ruas devido à falta de atividades. Por isso “pedimos que criem lugares para nós podermos realizar algumas atividades “disse.

Sapo TL com STL

AUSTRÁLIA ADOTA TOM CONCILIATÓRIO SOBRE EXECUÇÕES NA INDONÉSIA




Após telefonema, primeiro-ministro Tony Abbott diz que presidente Widodo "considera cuidadosamente" a posição da Indonésia sobre as próximas execuções no país. Dois australianos estão no corredor da morte.

O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, deu um fio de esperança aos dois australianos que aguardam a execução de suas penas na Indonésia ao afirmar que o presidente indonésio, Joko Widodo, está "considerando cuidadosamente" a posição da Indonésia sobre o caso.

Até agora, Widodo sempre defendeu com firmeza a execução por fuzilamento dos dois condenados, bem como de todos os demais que aguardam no corredor da morte, estrangeiros ou não.

Em tom conciliatório, Abbott disse nesta quinta-feira (26/02) ter conversado com seu "amigo" Widodo na noite anterior, ressaltando que o presidente indonésio "compreende completamente" a posição da Austrália. "E eu acredito que ele está analisando cuidadosamente a posição da Indonésia."

Mas Abbott se recusou a dar mais detalhes sobre o telefonema, alegando não querer despertar esperanças que podem acabar não se concretizando. "A conversa ter acontecido foi um sinal positivo", disse Abbott em Camberra. "É um sinal de profundidade da amizade entre Austrália e Indonésia."

Abbott despertou a ira dos indonésios ao relacionar seus pedidos de clemência dos dois australianos à ajuda de 1 bilhão de dólares concedida pela Austrália à Indonésia após o tsunami de 2004, que arrasou o arquipélago. O governo indonésio respondeu que ameaças não fazem parte do idioma diplomático.

Recursos negados

Nesta terça-feira, um tribunal indonésio rejeitou os recursos de Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31, para tentar evitar a execução, que poderá ser realizada nos próximos dias. Membros da gangue Bali Nine, os dois foram presos em 2005 ao tentar entrar na Indonésia com heroína. A pena de morte foi sentenciada no ano seguinte.

O presidente da Indonésia já afirmou que nenhuma intervenção internacional vai barrar as execuções dos dois australianos nem de nenhum outro estrangeiro. Insistentes apelos enviados por Austrália, Brasil e França – países com cidadãos inscritos na lista de próximos fuzilamentos – vêm sendo negados.

A execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, no mês passado, e a inclusão de Rodrigo Gularte, 42 anos, na lista de próximos a ser fuzilados, vem gerando atrito diplomático entre o Brasil e Indonésia. Como consequência, o governo indonésio estaria até mesmo reavaliando a compra de 16 aviões de combate Super Tucano da Embraer e de lança-foguetes brasileiros, segundo afirmou o jornal The Jakarta Post nesta semana.

O porta-voz do Ministério do Exterior, Armanatha Nasir, afirmou que seu país compreende os esforços dos representantes dos países dos estrangeiros condenados. E ressaltou que o canal de diálogo "continua aberto com o Brasil", assim como prevê "apenas boas coisas nas relações com outros países".

Onda nacionalista

As rusgas diplomáticas entre a Indonésia e outros países, por conta da pena de morte a cidadãos estrangeiros, vêm despertando uma onda nacionalista no país do sudeste asiático. Indignada após o primeiro-ministro australiano ter mencionado a ajuda financeira ao país vizinho após o tsunami, a população da Indonésia começou uma campanha de coleta de moedas em todo o país chamada "Trocados para Abbott".

A pena de morte a traficantes de drogas no país é popular entre os indonésios. No país, o problema das drogas é visto como uma grande ameaça social. Políticos de todos os partidos têm discursado a favor da pena capital.

MSB/afp/rtr

RELATÓRIO ESTADUNIDENSE PREVÊ “FRAGMENTAÇÃO” DA RÚSSIA ATÉ 2025




O relatório traz um prognóstico meio inesperado sobre a Federação da Rússia, dizendo que esta irá “se fragmentar” nos próximos dez anos, em função do conflito na Ucrânia e do fortalecimento dos laços dos países vizinhos com o Ocidente.

A agência estadunidense de inteligência e análise Stratfor publicou um relatório com previsões geopolíticas para 2015-2025 que se tornou manchete mundial imediatamente. Os autores do documento destacam como eventos mais importantes que esperam o mundo a fragmentação da Rússia, o colapso da União Europeia, o fortalecimento da Turquia, o declínio da China e o poder crescente político e econômico dos EUA.

A Rússia é o tema central do relatório. O conflito da Ucrânia, que irá persistir, segundo os especialistas, permanecerá “o elemento central do sistema internacional nos próximos anos”. Depois disso, os autores começam a tratar da Federação da Rússia, insistindo que o país “não pode continuar existindo na sua forma atual por uma década inteira”.

Já segundo vários analistas contatados pela Sputnik, tal previsão é errônea. Por exemplo, o jornalista brasileiro Mário Russo disse:

“A parte que me preocupa é que essas previsões em relação à Rússia são ao mínimo apocalípticas, parciais ou pretenciosas”.

Falar sobre desmembramento ou fragmentação de um Estado nos próximos dez anos é bastante arriscado e forte, é preciso ter provas suficientes para justificar tal previsão. E os analistas da Stratfor não apresentam essas provas, afirma José Niemeyer, professor de Relações Internacionais do Ibmec do Rio de Janeiro.

Outro assunto importante destacado pelos autores do relatório é o crescimento do papel da OTAN e dos EUA na “linha de frente” entre a Europa Central e a Rússia. Esta “linha” tem como pontos especialmente importantes a Polônia e a Romênia, países que estão se alinhando claramente mais e mais com os EUA em relação à Rússia.

Até prognosticam que a Polônia irá se tornar o Estado mais influente (do ponto de vista da OTAN e dos EUA), opinião esta compartilhada por certos especialistas e rejeitada por outros.

A China também não mereceu um prognóstico positivo. Segundo os analistas da Stratfor, o seu problema, como da Rússia, é a imensidade do seu território, mas nesse país não haverá cisão ou fragmentação, senão declínio econômico e fortalecimento do modelo autoritário de governação. Sem isso, acreditam os analistas do Texas, não é possível governar o país, que tem problemas em várias fronteiras, com a Mongólia, com o Tibete.

Não obstante, há um grande país que não irá ter nenhum separatismo, fragmentação ou autoritarismo. São os EUA, aponta o relatório. Este país, que, ademais, será “a maior economia do mundo”, irá se centrar na agenda interna, deixando de lado por um tempo assuntos de segurança internacional. Portanto, segundo a agência, isto trará mais força política, inclusive no palco internacional, aos Estados Unidos.

Voltando à agenda mundial, os analistas preveem o fortalecimento das posições da Turquia no Oriente Médio, graças também à sua parceria com os EUA.

Stratfor esqueceu-se de algo importante

Vários especialistas consultados pela Sputnik destacaram a relativa ausência no relatório da América Latina e do Caribe. Segundo o professor Niemeyer, isto significa que a Stratfor e os EUA não consideram esta região como "relevante".

Mas a região é relevante, sim, afirma Fernando Bossi, editor-chefe do portal venezuelano ALBA. Entre os países que há aqui, a Nicarágua tem mais oportunidades: "A transformação de Manágua em um jogador regional sério, com uma economia forte, é possível se o canal que liga dois oceanos seja construído".

O doutor Bossi explica que os autores do relatório podiam estar preocupados com o fortalecimento dos laços entre a Rússia e a China e a América Latina, por isso prepararam não um relatório completo, senão um "esboço". O jornalista concorda que o mundo estará sujeito a grandes mudanças nos dez anos que vêm, mas estas mudanças bem podem ser contrárias às que a equipe da Stratfor delineou.

Zhang Xin, do Instituto das Relações Internacionais e Desenvolvimento Regional da Universidade Pedagógica Oriental da China também nota que os analistas da Stratfor "esqueceram-se" das relações russo-chinesas na parte do relatório que comenta a situação na Ásia Oriental. Segundo o cientista, "É a parceria militar entre a China e a Rússia que, durante um período bastante largo de tempo, irá influenciar a situação geopolítica e militar na Ásia Oriental e na região asiática do Pacífico".

Já segundo o ex-presidente da Eslováquia, Jan Carnogursky, o relatório da Stratfor é "uma aplicação de critérios anglo-saxônicos à Rússia, sem ter em conta os laços históricos que mantêm a Rússia íntegra".

"As lições da história russa não são expressadas só em termos de dinheiro. De outro lado, se o fardo financeiro trazer o sistema norte-americano ao colapso, não há laços históricos capazes de manter a sociedade heterogênea norte-americana unida", acredita o ex-presidente.

Este é o quinto relatório da Stratfor, que publica previsões desde 1995.

flickr com – Stephen Melkisthian – Sputnik

QUER O OCIDENTE GOSTE OU NÃO, PUTIN É VENCEDOR - opinião




Ao contrário de muitos líderes ocidentais, Vladimir Putin tem uma estratégia clara, opina o cientista político britânico Alastair Campbell.

Alastair Campbell foi porta-voz do ex-premiê do Reino Unido Tony Blair e opinou, em entrevista à CNBC, que Vladimir Putin tem uma estratégia clara e “ele segue-a para tentar recuperar o antigo poderio da Rússia.”

Segundo Campbell, a política de Putin para aumentar a credibilidade da Rússia em todo o mundo o torna um vencedor entre a opinião pública.

Na entrevista, o cientista político também falou sobre o seu livro:

“É engraçado que, quando discutimos com o editor que nomes deveriam estar na capa, o nome de Vladimir Putin foi o primeiro porque, gostemos ou não, ele é o vencedor”.

O livro de Campbell descreve uma história que teve lugar em Brisbane durante a cúpula do G20. Como é sabido, o líder russo não participou no jantar final. Putin disse: "Eu sou a única pessoa nesta sala que tem uma estratégia e todos vocês têm táticas". É isso que o torna diferente de outros políticos, diz Campbell.

O cientista político fala no seu livro sobre os dois líderes que, na opinião das principais figuras no mundo dos negócios, têm uma estratégia: Vladimir Putin e Angela Merkel.

Caracterizando o líder russo, Campbell disse: "Eu acho que o seu objetivo de longo prazo é recuperar o poder russo e a força russa." Vladimir Putin tem uma ideia muito clara da sua própria estratégia, conclui o analista.

Entre outros políticos descritos do livro estão o presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê da Índia, Narendra Modi. Este último, segundo o autor, realizou uma companha eleitoral genial, mas isso não é bastante, e o autor conclui que estes políticos não têm uma estratégia clara.
Sergei Guneev – Sputnik, opinião

POPULARIDADE DE PUTIN SOBE PARA 86%, DE ACORDO COM PESQUISA INDEPENDENTE




O índice de aprovação do presidente russo Vladimir Putin subiu para 86%, um aumento de 17% desde fevereiro de 2014, de acordo com uma recente pesquisa independente do Centro Levada de opinião pública da Rússia.

Apenas 13% dos entrevistados disseram desaprovar o presidente ou se recusaram a responder à pergunta, de acordo com o estudo. 

A pesquisa também revelou que 59% confiam em Putin. Por outro lado, o índice de aprovação do primeiro-ministro Dmitry Medvedev é agora de 64%, uma queda de 7% desde setembro de 2014. Além disso, 19% das pessoas inquiridas disseram confiar no premiê, enquanto que 24% afirmaram confiar no ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e 20% demostraram confiança no chanceler Sergei Lavrov. 

O índice de aprovação da Duma, câmara baixa do Parlamento russo, é de 50%, enquanto que 48% disseram desaprovar o trabalho dos deputados. 

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 de fevereiro com 1.600 pessoas em 134 cidades russas. A margem de erro é de cerca de 3,4%. 

O Centro Levada é uma organização independente e não-governamental de sondagem pública e pesquisa sociológica e leva o nome de seu fundador, Yuri Levada, renomado professor russo de sociologia.

Alexei Druzhinin – Sputnik

Espanha. PABLO IGLESIAS: UM NOVO DIRIGENTE PARA UMA NOVA ESQUERDA




'O desafio do Podemos será conquistar pela via eleitoral o poder político para fazer uma política de transformações. E isso implica em enormes dificuldades'

Emir Sader – Carta Maior em Blog do Emir

Os novos tempos a que se lança a Europa têm novas caras e novas formas de ação. Felizmente, porque as antigas tinham se esgotado. Syriza e Alex Tsipras, Podemos e Pablo Iglesias, são suas expressões mais conhecidas.
 
Pablo Iglesias é um professor de ciência politica da Universidade Complutense de Madri, apresentador de um programa de entrevistas por internet – que está na pagina do jornal espanhol Publico – e animador de uma série de projetos muito criativos, que revelam a amplidão dos seus interesses.
 
Além de dirigir o Podemos, de dar centenas de entrevistas, de escrever outros tantos artigos, Iglesias encontrou tempo para organizar e publicar dois livros surpreendentes. Um, Lições de ciências sociais através do cinema, com o titulo de “Quando os filmes votam”, com textos de vários autores sobre filmes e correspondentes categorias politicas. Como, por exemplo, a violência, abordado por ele mesmo, a partir do filme A batalha de Argel. O liberalismo, através de Dogville. A revolução, através de Espartaco. A democracia, através de Star Wars. A liderança, por meio de Lawrence da Arabia. O movimento operário, através de Germinal. O posfordismo, por medio de American Beauty. O feminismo, através de Mad Men.  A alienação, através de Blade Runner, entre outros.
 
O outro livro organizado por Pablo Iglesias está concentrado em torno da série A guerra dos Tronos, sob o titulo Ganhar ou Morrer, com artigos sobre distintos temas em torno da série, também na perspectiva de análise de categorias políticas. Como, por exemplo, caos, legitimidade e poder, política e guerra, guerra pelo poder, a subversão feminista, poder e subjetividade, corpo e politica, entre outros.
 
Mas as atividades de Pablo Iglesias se concentram cada vez mais em torno dos desafios do Podemos, ainda mais em um ano decisivo na Espanha como este. Em um livro recém publicado – Momentum, entrevistas feitas por Orencio Osuna, Editora Icaria – ele concede uma entrevista onde expõe as formas como o Podemos está encarando esses desafios. Define a si mesmo como “alguém que se considera marxista e que tem a esquerda tatuada nas entranhas”.
 
Com a palavra, Pablo Iglesias:
 
“O desafio do Podemos será conquistar pela via eleitoral o poder político para fazer uma política de transformações. Tudo isso coloca enormes dificuldades e cenários muito complexos... Assim, pois necessitamos prudência, humildade e seguir trabalhando, como diz o Cholo Simeone, jogo a jogo, evitando cometer erros, como os do próprio Simeone, que as vezes podem te deixar no banco por alguns jogos.
 
“Estamos no momento da política. A política implica brindar inteligência a circunstâncias e contextos que não escolhemos. Nós não escolhemos as etapas que tem o curso da política. Elas são o que são e, a partir daí, é fundamental que joguemos com o máximo de inteligência para não deixarmos de ser úteis, para sermos um instrumento político para a transformação. Cometeríamos um erro se antepuséssemos o interesse de Podemos como marca política de sucesso às necessidades de transformação do nosso país. E nós sabemos muito bem que fazer política é buscar os melhores cenários para o enfrentamento. Que fazer política é provocar as contradições do adversário, e isso também  nós temos que aplicar a nós mesmos em um contexto que pode ser difícil e desfavorável para nós. É aí onde teremos que demonstrar que estamos à altura politica das circunstâncias, se acumulamos suficiente inteligência coletiva, se vamos sair do nosso processo constituinte com uma equipe com capacidade para tomar decisões políticas para as pesoas que sejam as acertadas e as adequadas para a transformação política ou se, ao contrario, nossos adversários são capazes de levar-nos a terrenos que não nos favorecem e que, portanto, detenham essa experiência de transformação.”
 
“Mas devo dizer que também existem setores na esquerda que têm que fazer uma enorme autocrítica de suas posições de sua prática política. De fato, é inegável que o próprio fenômeno Podemos é o resultado do fracasso da esquerda tradicional, que foi incapaz  de fazer um diagnóstico do que acontecia realmente no pais.”
  
“As propostas políticas do Podemos, seguramente, poderiam ter sido assinadas por qualquer partido social democrata há 30 ou 40 anos atrás. Propomos uma reforma fiscal justa que faça com que as rendas mais altas paguem mais, propomos uma auditoria e pagamento da dívida pública, propomos proteger os serviços públicos, propomos combater a corrupção, propomos uma politica externa que respeite os direitos humanos, em suma, o que estamos propondo teria sido aceito pela social democracia reformista."

Brasil. GREVE DOS CAMINHONEIROS: DIREITA ACIONOU O “FAÇA-SE O CAOS”




Dilma não foi omissa quanto a questão dos caminhoneiros. O governo deve sentar para negociar com as lideranças sérias, isolando o golpismo.

Carta Maior

A expressão ‘greve de caminhoneiro’ condensa um clássico latino-americano. No Chile de Allende, a paralisação nacional dos caminhoneiros, em outubro de 1972, insuflada pelos proprietários de frotas que seccionaram o país e causaram grave e longo desabastecimento, foi um divisor de águas na escalada golpista.

A greve, que segundo alguns pesquisadores teria sido sustentada por dinheiro do Departamento de Estado norte-americano, inaugurou o capitulo ‘faça-se o caos’.

E foi o que se fez. O resto é sabido: ele culminaria com o bombardeio do La Moneda, 11 meses depois.

A greve dos caminhoneiros no Brasil sugestivamente iniciada no Paraná do juiz Moro e do tucano Beto Richa, não acontece com o pano de fundo de um embate de vida ou morte da burguesia contra um governo progressista.

Há distintas motivações a fermenta-la, sendo o reajuste nos preços do diesel uma delas. Leis trabalhistas que contrariam os interesses dos donos de frota, outra.

Mas a sua ordenação política, as palavras de ordem e o tratamento obsequioso da mídia - a mesma que antes exigia o realismo tarifário e o fim dos subsídios da Petrobras - borbulha uma cumplicidade sugestiva com os paladinos da moral, do impeachment e do desmonte da Petrobras para rifar o pré-sal.

O conjunto evidencia o subtexto de uma convergência que não pode mais ser ignorada pelo governo.

Acumulam-se sinais - alguns ostensivamente desrespeitosos, como os da elite que destratou o ex-ministro Mantega, no Hospital Albert Einstein, dia 19, onde a esposa se trata de um câncer, aos gritos ‘vai para o SUS’ - de que setores crescentes do conservadorismo resolveram aqui também desencadear o capítulo ‘Faça-se o caos; semeie-se a guerra’.

A meta nada dissimulada é convergir distintas iniciativas para o grande dreno das correntezas golpistas em 15 de março próximo, no ato pró impeachment de Dilma.

Para entender o caso específico dos caminhoneiros e a importância de se abortar o objetivo evidente de chegar a 15 de março com estradas seccionadas, desabastecimento de combustíveis e de alimentos, Carta Maior conversou com o especialista em infraestrutura José Augusto Valente, que dirigiu a Secretaria de Política Nacional de Transportes do governo Lula em 2004.

Suas considerações e o aconselhamento de medidas urgentes a serem tomadas merecem a atenção do governo. Leia a seguir:

Carta Maior --Valente, qual a sua avaliação desse movimento de caminhoneiros, com paralisações nas principais rodovias do país?

Em março de 2004, assim que assumi a Secretaria de Política Nacional de Transportes, no Ministério dos Transportes, havia um indicativo de paralisação nacional, no meio daquele ano. Convidei todas as lideranças de autônomos e das empresas e, após reunião, conseguimos fechar uma pauta de reivindicações para soluções no curto, médio e longo prazos. A paralisação foi suspensa e grande parte da pauta foi cumprida até o final de 2006, graças a um trabalho conjunto da Secretaria de Política com todas as lideranças do segmento.

Esse movimento de paralisações, que ocorrem agora, tem duas vertentes, na minha opinião. A primeira visa a reivindicar algumas questões que são importantes para os motoristas autônomos. A segunda, trata-se de uma movimentação visando engrossar as manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma.

CM - Como você distingue esses dois movimentos?

Há um pleito permanente do caminhoneiro autônomo visando ao aumento da remuneração do seu trabalho, da sua segurança e de perspectiva de futuro. Isso se reflete em propostas de redução do preço do diesel – que tem um peso muito elevado no custo operacional do caminhão –, de aumento do frete, da segurança contra acidentes e roubo de cargas, de transferência do pagamento do pedágio do caminhoneiro para o dono da carga, de programa de renovação da frota de caminhões, entre outras.

Esses temas vêm sendo trabalhados pelo governo e pelo Congresso Nacional, tendo resultado na Projeto de Lei 4.246-D/2012, que encontra-se na Casa Civil para sanção presidencial.

Embora não haja consenso no segmento, todos são unânimes em dizer que é um ponto de partida importante, possível de melhorias futuras. O fato dessa lei ter sido construída coletivamente nos permite dizer que não há porque fazer paralisações neste momento, a não ser que os manifestantes explicitem que estão fazendo isso para pressionar a presidenta a sancionar a lei sem vetos ou a vetar alguns artigos. Desse modo, penso que a radicalização da movimentação atual não faz muito sentido com as questões reais dos caminhoneiros, já que estas estão sendo tratadas. Decididamente, o governo Dilma não foi omisso!

CM -Então você avalia que essas paralisações têm motivação política?

Parece-me que sim. Basta ver que as lideranças empresariais e dos autônomos não estão participando desse processo. No entanto, há um nível de organização bastante razoável, baseado nas redes sociais, em especial no whatsapp. Tudo isso me leva a suspeitar que há uma coordenação por cima das lideranças e visando o desgaste da presidenta Dilma.

Por outro lado, como não há lideranças visíveis nesse movimento, fica muito difícil para o governo Dilma negociar a suspensão das paralisações. Negociar com quem?

Ninguém me convence que essa movimentação não está mirando nas manifestações chamadas pela oposição para o dia 15 de março próximo.

Imaginem como seriam apresentadas pela imprensa gente nas ruas e caminhões criando o caos nas estradas e cidades!

CM - O que o governo Dilma pode fazer para evitar o sucesso dessa movimentação pelo impeachment, via caminhoneiros?

Não há como intervir nas negociações de frete, mas penso que a presidenta deveria sancionar o Projeto de Lei 4.246-D/2012, sem vetos, o mais rápido possível e criar um subsídio emergencial para o diesel/caminhão e, imediatamente, iniciar uma negociação com os governadores para reduzir a alíquota de ICMS sobre o diesel e, com isso, compartilhar com eles esse problema, que não é apenas da esfera do governo federal.

A assinatura da sanção deveria ser um evento para o qual seriam chamados todas as lideranças do setor, isolando, dessa forma, o movimento com viés golpista, que não teria como se sustentar.

Convém lembrar a importância que tiveram as greves dos caminhoneiros, no Chile, para a queda de Allende.

Créditos da foto: Ed Santos / Acorda Cidade

O CONSERVADORISMO QUER PARAR O BRASIL




Fim do silêncio: intelectuais brasileiros reagem ao golpe e à destruição da Petrobras

Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.


Nesta terça-feira, 24/02, a Central Única dos Trabalhadores (Cut) e a Federação Única dos Petroleiros (Fup), entre outras entidades e movimentos, juntamente com intelectuais brasileiros, lançam uma campanha nacional para impedir que a demência neoliberal destrua a Petrobras, paralise o Brasil, interrompa obras estratégicas e gere um furacão de desemprego e calote salarial nos canteiros do PAC e do pré-sal.  


O ato desta terça, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, deve ser o início de uma caminhada. Seu êxito depende de um corajoso programa de manifestações em todo o país, inclusive nos canteiros de obras do pré-sal, com a presença de uma frente de lideranças progressistas, na qual não podem se omitir Lula, Boulos e Stédile, entre outros. 



O manifesto lançado por intelectuais brasileiros condensa a gravidade do que está em jogo: está em jogo para o conservadorismo a chance de paralisar o país e a economia, gerar o caos para voltar ao poder na carona da crise devastadora - ainda que às custas do estado de direito. Impedi-lo é o desafio de urgencia histórica que reclama a união de toda a esquerda e das forças progressistas e democráticas da nação. 



Leia, abaixo, o manifesto. 




O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA


A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.

Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.

Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.

Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.

Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.

O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.

20 de fevereiro de 2015

Argentina. APOYO A LA PRESIDENTA. EL KIRCHNERISMO SE MOVILIZARA EL DOMINGO



Julián Bruschtein – Pagina 12

El kirchnerismo se prepara para acompañar a la presidenta Cristina Fernández de Kirchner el domingo, cuando dé inicio al período legislativo. “Vamos a ir a apoyar a nuestra conductora, para presenciar el mensaje en el que generalmente hace un repaso de lo hecho, pero además nos marca los lineamientos políticos”, aseguró a Página/12 el diputado y dirigente del Frente Transversal Nacional y Popular Edgardo Depetri. Las agrupaciones y partidos que componen el Frente para la Victoria y Unidos y Organizados se movilizarán masivamente a la Plaza del Congreso, donde también esperan “gran cantidad de kirchneristas silvestres”, los que suelen ir a los actos, pero sin organización.

“En la calle se nota que la gente tiene ganas de salir a apoyar a la Presidenta. No existen ni la idea ni un sentimiento de contramarcha al 18F, sino salir a la calle con alegría y convicción para saludar a nuestra conductora”, señaló un dirigente camporista inmerso todavía en la tarea de organizar la tropa propia y la articulación con los demás espacios políticos. En una cita que ya es costumbre para los kirchneristas, salir a la calle a escuchar el mensaje presidencial, la militancia se prepara para realizar la última ceremonia de apertura de sesiones legislativas que realizará Fernández de Kirchner. “Vamos a marchar al Congreso, una institución que primero Néstor (Kirchner) y ahora Cristina pusieron en valor después del ‘que se vayan todos’”, agregó el dirigente de La Cámpora poniendo en relieve uno de los objetivos que se trazó el kirchnerismo al asumir la presidencia en el 2003.

El movimiento de gente, banderas, bombos y trompetas comenzará temprano en los alrededores del Congreso porque a partir de las 10 se concentrarán las distintas agrupaciones frente al Parlamento a la espera de la llegada de la Presidenta. La Cámpora, el Movimiento Evita, Kolina, Corriente Peronista Descamisados y Tupac Amaru van a ser algunos de los agrupamientos que desde hace unos días trabajan para resolver el traslado de los militantes y vecinos, así como los intendentes del conurbano bonaerense que ya anticiparon su presencia acompañados por vecinos y militantes. “Seguramente una columna de compañeros nuestros y de otras organizaciones vamos a acompañar con una caravana o como podamos el traslado de Cristina de la Casa Rosada al Congreso”, señaló Depetri en un pequeño descanso antes de votar los acuerdos con China en el Congreso. “Vamos a rodear a Cristina de afecto, solidaridad y compromiso con su gestión y con el proyecto nacional”, agregó el dirigente sindical.

En las calles del centro se comenzaron a ver los carteles con la convocatoria. Por un lado los del Frente para la Victoria que llaman sin estridencia a la cita dominical, y los de la agrupación La Cámpora, que tienen la tipografía que utilizó el presidente Héctor Cámpora en 1973 y en los que destacan las cualidades que encuentran en la Presidenta: Voluntad, Lealtad y Convicciones, dicen por separado en carteles con un fondo rosado y la fecha y la hora de la convocatoria.

“Vamos a demostrar que somos muchos los que queremos que la marcha transformadora que se inició en el 2003 no se detenga. Los poderes concentrados quieren seguir manteniendo los privilegios para las minorías, pero el pueblo está dispuesto a seguir porque quiere darle continuidad a este modelo”, aseguró a este diario el precandidato presidencial y dirigente del Movimiento Evita, Jorge Taiana. En la misma línea se expresó el secretario general de la Central de Trabajadores de Argentina, Hugo Yasky, al señalar que vamos a respaldar con firmeza a la Presidenta porque eso significa apoyar a un gobierno que recuperó derechos, paritarias libres y la vuelta a las jubilaciones”, anunciando el respaldo y la participación de la central sindical en el acto.

El intendente de Berazategui, Patricio Mussi, también anunció su participación en la concentración. “Para quienes militamos orgánicamente, escuchar el mensaje de nuestra líder, su visión sobre el año que viene y la línea a seguir, es muy importante”, destacó haciendo hincapié en que “los intendentes vamos a estar todos juntos y adentro escuchando el discurso”.

Nota PG - O Página Global decidiu integrar nos seus conteúdos notícias e opiniões expressas em castelhano, principalmente de publicações da América Latina e Caribe, mas também de Espanha quando considerar oportuno e viável nas nossas edições. 

PARA SELECIONAR DISPÕE NA BARRA LATERAL DO PG A LIGAÇÃO EM NOTICIAS E OPINIONES EN ESPAÑOL

EU ACELERA EL GOLPE EN VENEZUELA



Ángel Guerra Cabrera – La Jornada (mx), opinion

El plan golpista denominado Operación Jericó, que incluía ataques armados y el bombardeo aéreo de varios puntos estratégicos de Caracas, fue abortado por los órganos de seguridad bolivarianos los días 11 y 12 de febrero pasados. Los principales implicados fueron detenidos, entre ellos militares retirados y en activo. Sus declaraciones y la investigación de los hechos condujeron días después al arresto y encausamiento de Manuel Ledezma, alcalde metropolitano de Caracas.

Hace alrededor de un año también fue detenido Leopoldo López, quien poco antes había llamado desde Miami a “adelantar la salida del gobierno… y que Nicolás Maduro tiene que salir antes que tarde de la presidencia de Venezuela… cómo vamos a esperar seis años más… no podemos asumir una actitud propia de un sistema democrático”. López es el responsable del desencadenamiento en enero de 2015 de La salida, un plan desestabilizador que rápidamente tomó un cariz de extrema violencia, que costó la vida a 43 personas, entre ellas militantes chavistas y miembros de los cuerpos de seguridad. Intervinieron mercenarios, incluyendo paramilitares colombianos, entre ellos francotiradores que asesinaron a algunos de los fallecidos.

He visto en Caracas el indignado reclamo de miembros del Comité de Víctimas de las Guarimbas por que se haga justicia a los responsables de esos actos de violencia.

Ledezma, es el prototipo del político sin escrúpulos del viejo partido Acción Democrática. Como López fue partícipe del derrotado golpe de Estado contra el presidente Hugo Chávez de 2002, pero ambos se beneficiaron de la generosa amnistía del comandante.

Al igual que Atilio Borón, cabe preguntarse si estos personajes hubiesen corrido igual suerte en Estados Unidos de haber intentado allí el derrocamiento del gobierno (www.cubadebate.cu/opinion/2015/02/22/conspirar-en-estados-unidos).

En su Doctrina de Seguridad Nacional de febrero de este año dice el presidente Obama: nosotros apoyamos a ciudadanos cuyo pleno ejercicio de la democracia está en peligro, como los venezolanos. He aquí la explicación del extraordinario incremento de las acciones golpistas contra la Venezuela bolivariana, uno de los países más democráticos del mundo desde la llegada de Hugo Chávez a la presidencia.

El golpismo se intensificó sobre todo a partir de la elección del presidente Maduro en abril de 2013. Washington y las oligarquías decidieron echar toda la carne al asador para destruir la revolución bolivariana, aprovechando la muy sensible ausencia física de su líder histórico. Desde ese momento la violencia brota periódicamente con el telón de fondo de una colosal campaña mediática internacional de descrédito contra el gobierno bolivariano, aún mayor que la llevada a cabo desde la primera campaña electoral de Chávez (1998) hasta su deceso.

La oposición venezolana detesta la democracia pero las instrucciones de Washington la llevan a transitar descaradamente de reiterados y –últimamente– constantes intentos de derrocar al gobierno bolivariano, al usufructo del mejor sistema electoral del mundo, según la definición del ex presidente de Estados Unidos, James Carter. La oposición gobierna en unos cuantos estados, en numerosos municipios y tiene una importe, aunque minoritaria, representación en la Asamblea Nacional.

Parte importante de las acciones golpistas ha sido el desabasto provocado por los grandes empresarios que acaparan o contrabandean hacia Colombia los productos subsidiados de la canasta básica que compran con dólares vendidos a precio preferencial por el gobierno venezolano.

En la planificación del golpismo contra Venezuela participa activamente Estados Unidos y sus embajadas en Caracas y Bogotá. Washington utiliza a fundaciones como el Instituto Nacional Demócrata y el Instituto Nacional Republicano o solicita la colaboración de personajes de confianza como los ex presidentes Álvaro Uribe, Sebastián Piñera, Andrés Pastrana o Felipe Calderón para encubrir su liderazgo golpista. Renglón aparte merecen los legisladores cubanoestadunidenses Ileana Ross-Lehtinen, Mario Díaz Balart, Marcos Rubio y Robert Menéndez.

El propósito de los planes golpistas, si no tuvieran éxito a corto plazo, es crear una situación de angustia y disgusto en el pueblo venezolano que propicie la pérdida de la mayoría parlamentaria por el chavismo en las elecciones de diciembre de 2015 y así crear un clima de anarquía e ingobernabilidad al presidente Maduro. Están jugando con fuego.


Nota PG - O Página Global decidiu integrar nos seus conteúdos notícias e opiniões expressas em castelhano, principalmente de publicações da América Latina e Caribe, mas também de Espanha quando considerar oportuno e viável nas nossas edições.

PARA SELECIONAR DISPÕE NA BARRA LATERAL DO PG A LIGAÇÃO EM NOTICIAS E OPINIONES EN ESPAÑOL

Mais lidas da semana