domingo, 14 de fevereiro de 2016

Guiné Equatorial e Brasil precisam de preços do petróleo três vezes mais altos



Os custos de produção de um barril de petróleo na Guiné Equatorial e no Brasil são quase o triplo do preço atual desta matéria-prima, de acordo com dados da consultora Rystad Energy fornecidos à Lusa.

Os custos de produção de um barril de petróleo na Guiné Equatorial e no Brasil são quase o triplo do preço atual desta matéria-prima, de acordo com dados da consultora Rystad Energy fornecidos à Lusa.

O preço nos mercados internacionais suficientemente alto para cobrir os custos de produção, entre os países lusófonos, oscila entre os 59 dólares de Angola e os 89 da Guiné Equatorial, ao passo que no Brasil o custo de produção chega a 81 dólares por barril.

"Estas são as nossas estimativas para o preço de 'break-even', retiradas da nossa base de dados Rystad Energy UCube em janeiro", disse a analista Olga Kerimova à Lusa.

Na quarta-feira, o petróleo abriu a valer pouco mais de 30 dólares, praticamente um terço do preço a que precisaria de estar para começar a ser rentável para o produtor lusófono onde é mais caro produzir um barril - a Guiné Equatorial.

Estes valores, no entanto, não espelham a importância das receitas para a economia do país, não sendo por isso possível concluir que é mais vantajoso para uma empresa deixar de produzir nos países onde o custo de 'fazer' um barril de petróleo é maior.

Isso mesmo fica bem visível numa análise publicada esta semana pela consultora WoodMackenzie, que estudou mais de 100 mil poços de petróleo para concluir que só 0,1% da produção foi cancelada devido à descida dos preços do petróleo, apesar de, com os preços a cerca de 35 dólares por barril, 3,4 milhões de barris por dia não são lucrativos, representando 3,5% da oferta diária mundial.

"A análise dos nossos dados para 2016 mostra que com o preço do barril a 35 dólares, 3,4 milhões de barris diários custam mais a produzir do que as receitas rebeidas; na prática, as suspensões de produção têm sido mínimas nesta crise são mínimas - menos de 100 mil barris por dia, o equivalente a 0,1% da produção", lê-se na análise destes consultores, a que a Lusa teve acesso.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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