@Verdade,
editorial
Parece
que não, mas a situação que vivemos hoje, eufemisticamente denominada por
tensão político-militar, é, na verdade, o resultado de uma acção terrorista
zelosamente planeada, nos seus mínimos detalhes, pelo Governo da Frelimo.
Ora
vejamos: enquanto entretia os moçambicanos com os seus discursos enfadonhos
sobre a consolidação da Paz e outras trapaças, o ex-Presidente Armando Guebuza
investia milhares de milhões de meticais no exército. A título de exemplo,
entre 2011-2014, as despesas do Ministério da Defesa, dirigido na altura pelo
actual Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, cresceram mais do que o
investimento nos sectores de Educação e Agricultura. Grande parte desse
investimento foi efectuado violando a Lei Orçamental, para além de não ter tido
a devida autorização da Assembleia da República.
Dito
sem metáfora: o Governo da Frelimo investiu em material bélico, hipotecando o
sonho de milhares de moçambicanos, razão pela qual presentemente assistimos à
falta de vontade política para se colocar um ponto final nesse conflito que tem
vindo a tirar o sossego do povo. Centenas de moçambicanos perderam a vida e
outras milhares buscam refúgio nos países vizinhos por conta dessa guerra
silenciosa na qual subjaz interesses económicos de meia dúzia de pessoas
ligadas ao partido no poder.
Os
acontecimentos dos últimos tempos, diga-se em abono da verdade, seriam motivos
mais do que suficientes para um Chefe de Estado pôr a mão na consciência e
reunir-se urgentemente com o líder da Renamo. Mas parece que o senhor Nyusi,
apoiado por uma horda de seguidores esquizofrénicos, prefere assobiar para os
lados e continuar a proferir os seus vazios discursos naquele tom fúnebre e
cínico que o caracteriza.
Actualmente
no poder, o Presidente Nyusi está a fazer nada mais nada menos do que seguir os
passos do seu antecessor. Esporadicamente, ele simula estar deveras preocupado
com a situação que se vive no país e, por outro lado, permite os ataques
militares cuja principal vítima é o povo.
Na
verdade, Moçambique vive, hoje, a segunda Guerra Civil. Mas há interesse de
fazer de conta de que nada está a acontecer, enquanto centenas de moçambicanos
estão a ser usados como carne para canhão, devido à falta de escrúpulos de uma
corja de gananciosos, que se vão tornando senhores de guerra. Em suma, o que
temos vindo a assistir nos dias que correm é um conflito armado desejado e
diligentemente planificado por Guebuza, Nyusi e os seus sequazes.
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