O
Grupo de Apoio aos Presos Políticos Angolanos, GAPPA, emitiu hoje um comunicado
sobre a situação de Nuno Dala e Nito Alvos. O documento é subscrito por João
Malavindele; Rafael Morais; Filomeno Vieira Lopes; José Patrocínio; Padre Raul
Tati; Padre Pio Wacussuma e João Baruba e tem o apoio da Associação Omunga.
Eis,
na íntegra, esse documento:
1.
É com bastante preocupação e profunda indignação que o GAPPA acompanha a
situação de saúde do Activista e Professor universitário, Dr. Nuno Dala, detido
no dia 20 de Junho de 2015 e constituído arguido no processo “15+2″.
2.
O activista, antes em prisão domiciliária, foi injustamente remetido à cadeia,
por ter faltado, por razões de saúde, a uma audiência. Nessa condição, a sua
situação de saúde vem-se agravando uma vez que o mesmo vem sendo sujeito a
maus-tratos. São múltiplos os problemas: grave infecção sanguínea e urinária e
gastrite. Dala é diabético e tem sido impedido de fazer o tratamento adequado.
3.
De salientar que o activista e Professor Universitário Dr. Nuno Dala,
encontra-se em greve de fome desde o passado dia 10 de Março do corrente ano,
perfazendo nesta sexta-feira santa, 15 dias. Dala entrou em greve de fome não
só pelo facto de reivindicar os seus bens cassados pela Polícia desde há mais
de 9 meses, como dinheiro e os cartões do Banco, mas também pelo facto de não
ter assistência médica adequada ao seu estado diabético.
4.
O GAPPA está informado que o activista corre risco de vida, seu estado de saúde
é precário e pode sucumbir a qualquer momento. É inacreditável que numa
conjuntura de luto em que morrem mais de 500 pessoas por dia, só na cidade de
Luanda, se esteja à nível do Estado, a promover conscientemente mais uma morte.
De igual modo, o preso mais jovem, Nito Alves, encontra-se com forte diarreia,
febres altas e pressão arterial baixa. Foi-lhe apenas medicado “paracetamol”
depois da pressão de amigos.
Assim
o GAPPA:
1.
Exige as autoridades competentes do Estado Angolano que, em cumprimento do
dever constitucional do Direito à vida, devolva os bens surripiados a Nuno Dala
e preste a Assistência Médica adequada, através duma Unidade Hospital condigna
bem como exige a transferência imediata de Nito Alves para a prisão Hospital de
S. Paulo.
2.
Apoia incondicionalmente a vigília marcada para os dias 25 e 26 de Março pela
Libertação de Nuno Dala, junto da Igreja Sagrada Família, encorajando os seus
organizadores a manterem a sua firme solidariedade e apelando a todas e a todos
os cidadãos comprometidos com a vida a se associarem a ela. Adverte as forças
repressivas para respeitarem o direito de solidariedade que assiste aos
cidadãos angolanos.
3.
Responsabiliza o Executivo e as instâncias judiciais de julgamento dos 15 sobre
todas as consequências que possam advir da actual situação de greve de fome.”
Folha
8
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