A
Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, considerou hoje, em Brasília, que as
denúncias que lhe foram dirigidas pelo senador Delcídio do Amaral são "um
ato de vingança".
"As
acusações que constam na suposta delação premiada de Delcídio do Amaral são
fruto de um desejo imoral e mesquinho de vingança contra quem não o defendeu, e
que não poderia tê-lo defendido pelos atos que ele praticou", afirmou.
Fazendo
uma ampla defesa de todas as acusações do senador, que vieram a público na
quinta-feira, depois de a revista Isto É publicar trechos de um acordo feito
por Delcídio do Amaral em benefício de uma redução de pena, Dilma defendeu a
sua inocência na compra da refinaria de Pasadena.
"O
procurador-geral Rodrigo Janot determinou o arquivamento da investigação da
participação de membros do Conselho da Petrobras em atos ilegais durante a
compra da refinaria de Pasadena porque não era possível computar delito",
recordou.
O
conselho da petrolífera era presidido por Dilma na época em que houve a
controversa compra desta refinaria, que teve recursos desviados ilegalmente
para o pagamento de subornos aos funcionários da Petrobras.
O
senador também disse que a chefe do Estado brasileira usou a sua influência
para evitar a punição de empreiteiros ao nomear o ministro Marcelo Navarro para
o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
"O
ministro do Supremo Ricardo Lewandowski desmentiu essa denúncia. A reunião que
tive com ele em Portugal e com o ministro da Justiça foi feita para tratar de
questões relacionadas com os funcionários do judiciário", sublinhou.
Dilma
considerou ainda que carece de qualquer credibilidade a afirmação de Delcídio
sobre o encerramento da CPI dos Bingos, que teria sido feita para favorecer a
campanha eleitoral da Presidente.
Além
de responder às acusações do senador, a Presidente brasileira voltou a
manifestar seu "mais absoluto inconformismo" com a prisão coerciva do
seu antecessor no cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, o qual já tinha defendido
num comunicado emitido na tarde de hoje.
Lula
foi obrigado a prestar declarações à Polícia Federal para explicar o
recebimento de favores indevidos e o recebimento de 7,2 milhões de euros (30
milhões de reais) na manhã de hoje.
Segundo
o Ministério Público, esses recursos saíram dos cofres da Camargo Corrêa,
Odebrecht, UTC, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, empresas que são
investigadas na ação que apura os casos de corrupção da Petrobras.
O
procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, que faz parte do grupo de
trabalho da Lava Jato em Curitiba, disse que entre 2011 e 2014 as empreiteiras
teriam doado 20 milhões de reais ao Instituto Lula.
Cinco
delas também teriam pagado outros 10 milhões de reais por palestras ministradas
pelo ex-Presidente brasileiro no mesmo período.
Os
investigadores suspeitam que estes recursos tenham sido destinados à Lula para
garantir o favorecimento os interesses destas empresas em contratos da
Petrobras.
CYR
// JPS - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário