O
ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deverá aceitar um cargo no
Governo, após a Presidente Dilma Rousseff ter reforçado o convite, que, segundo
a imprensa, tem como objetivo travar as investigações contra o antigo chefe de
Estado.
De
acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a deliberação da Justiça de São
Paulo de transferir para o juiz Sérgio Moro a decisão sobre o pedido de prisão
de Lula da Silva feito pelo Ministério Público estadual aumentaram a
probabilidade de o antigo chefe de Estado aceitar o cargo de ministro.
Além
disso, a dimensão das manifestações pela destituição da Presidente e contra
Lula da Silva pesou na decisão de Dilma Rousseff reforçar o pedido para que o
antigo chefe de Estado assuma um ministério.
No
Governo, o ex-Presidente ganharia prerrogativa de "foro
privilegiado", isso significa que, em caso de denúncia, a ação tem de ser
julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), saindo da alçada de Moro,
considerado implacável com investigados pela 'Operação Lava Jato', que
investiga um esquema de corrupção, desvio de dinheiro e branqueamento de
capitais.
O
processo aberto em São Paulo, relacionado com a aquisição de um apartamento no
Guarujá, está nas mãos da juíza Maria Priscilla Ernandes, mas a magistrada
pediu a transferência do processo para o juiz Sérgio Moro, titular do 13.º
Tribunal Penal Federal de Curitiba, que deverá decidir agora se o assume ou
não, informaram fontes judiciais.
A
procuradoria de São Paulo acusou Lula de Silva de alegado branqueamento de capitais
mediante ocultação de património e falsificação de documentos em relação a um
apartamento situado na praia de Guarujá, que estava em nome de uma empresa de
construção de civil envolvida no escândalo de corrupção da empresa petrolífera
estatal brasileira Petrobras.
Os
procuradores pediram também prisão preventiva para o ex-Presidente por
considerarem que pode interferir na investigação se continuar em liberdade.
Sérgio
Moro é responsável pelo caso Petrobras, uma investigação paralela e
independente à que está a ser feita em São Paulo, mas têm elementos comuns.
O
ex-Presidente, segundo o jornal O Estado de São Paulo, ainda não comunicou a
sua decisão, mas tanto o Partido dos Trabalhadores (partido da Presidente e de
Lula da Silva) quanto o Governo dão como certo que aceitará o convite para
ocupar uma espécie de superministério a ser criado à sua medida.
De
acordo ainda com o diário brasileiro, a decisão só não foi anunciada ainda
porque o Governo e advogados de Lula da Silva estudam se não há entraves jurídicos
à posse.
Este
cuidado, segundo o jornal, destina-se a evitar que Dilma Rousseff seja acusada
de obstruir a Justiça, uma vez que Lula da Silva é alvo da 'Operação Lava
Jato'.
A
reviravolta no núcleo do Governo é vista também como o último lance para evitar
a destituição de Dilma Rousseff da Presidência.
CSR
(MSE) // VM – Lusa
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