@Verdade,
editorial
A
notícia dando conta da exoneração do comandante-geral da Polícia da República
de Moçambique (PRM), Jorge Khalau, foi comemorada com júbilo e louvores,
fazendo lembrar de uma final de um campeonato. A notícia fez vibrar todos os
quadrantes da sociedade moçambicana. Diga-se, em abono da verdade, que nunca
antes uma exoneração foi assim tão desejada e aplaudida na história de
Moçambique. Na verdade, há motivos mais do que suficiente para tanta alegria
por parte dos moçambicanos.
É
de senso comum que o senhor Khalau já devia ter deixado de ser comandante-geral
da PRM há bastante tempo, devido à inúmeras verborreias e esgares que andou a
emitir por onde passava, principalmente quando estivesse diante de alguns pés
de microfone.
Aliás,
é sabido que Khalau, ao longo dos sete anos que dirigiu a Polícia moçambicana,
pouco ou quase nada fez para melhorar a imagem de uma instituição que tem sido
visada pela incapacidade de controlar a criminalidade organizada e a corrupção
entre os seus agentes. Ou seja, o recrudescimento da criminalidade, o seu
discurso doentio e arrogante, para além de ter colocado a Polícia moçambicana
na lista dos maiores violadores dos direitos humanos, são alguns dos aspectos
que deviam ter sido levados em conta para exonerá-lo no primeiro ano do seu
mandato.
Durante
o reinado de Khalau, a Polícia atropelou deliberadamente o Estado de Direito,
promovendo violência política, detendo vários cidadãos sem qualquer tipo de
prova, sobretudo indivíduos pertencentes a partidos da oposição, e fazendo o
uso de força para conter manifestações pacíficas de cidadãos indefesos.
O
legado que o senhor Khalau deixou é composto por vagas de raptos que atingiram
as cidades de Nampula, Beira e Maputo, com envolvimento de agentes policiais,
crimes mediáticos ainda por solucionar como é o caso do homicídio em 2015 do
constitucionalista Gilles Cistac, para além da corrupção, sobretudo extorsão a
cidadãos na via pública e automobilistas, incluindo relatos de aluguer de armas
para a prática de crimes.
A
exoneração de Jorge Khalau é, sem dúvidas, a “purificação das fileiras” de que
a Polícia moçambicana precisava há bastante tempo. Embora não seja de todo a
solução para os problemas que enfermam a PRM, é importante que se diga que é um
grande passo dado.
Sem comentários:
Enviar um comentário