A
deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou hoje que o orçamento que o BE vai
aprovar, apesar de insuficiente, foi melhorado pelo parlamento, sendo "o
mais escrutinado, debatido e negociado", acusando o PSD de ser
"absolutamente inútil ao país".
Na
intervenção antes da votação final global o Orçamento de Estado para 2016
(OE2016), Mariana Mortágua afirmou que "o orçamento que hoje será aprovado
com o voto do Bloco de Esquerda teve um rascunho inicial e muitas propostas de
alteração" e "foi piorado pela Comissão Europeia e melhorado, depois,
pela Assembleia da República".
"Sabendo
das dificuldades deste Orçamento - pela parte do Bloco, nunca escondemos as
suas insuficiências - há duas coisas que ninguém pode negar: em primeiro lugar,
este foi o orçamento mais escrutinado, mais debatido e negociado, da nossa
história recente", disse, enfatizando ainda que pela "primeira vez,
em cinco anos, que a Assembleia da República aprovará um orçamento totalmente
em acordo e respeito pela Constituição".
Na
opinião da deputada do BE, "neste processo orçamental o PSD não provou
apenas ser absolutamente inútil ao país", mas "ficou claro que só tem
agressividade onde lhe falta razão, que despreza a obrigação de representar os
seus eleitores e acha que a política só vale uma pirraça".
"Estas
escolhas implicam por isso os debates mais difíceis sobre o que fazer com este
sistema financeiro, disputado por Espanha e Angola, e como garantir a
sustentabilidade da dívida. Os grupos de trabalho acordados entre o Bloco e o
Partido Socialista permitirão, num prazo de seis meses, avançar nas respostas sobre
estes temas essenciais", adiantou ainda.
A
deputada bloquista voltou a atirar à direita: "enquanto juravam pelo país,
Passos Coelho e Paulo Portas contentavam-se com a pior relação diplomática com
Bruxelas e Berlim: a submissão obediente, sem perguntas ou discussões".
Reiterando
que o orçamento que hoje vai ser aprovado "repõe a normalidade
constitucional", Mariana Mortágua considera que "a aversão que a
direita lhe tem mostra bem a forma como se radicalizou".
"A
questão que se impõe é: que contas prestará o PSD ao país? Como conseguirá
explicar que, por pura birra, votou contra a majoração do subsídio de
desemprego, contra o aumento do abono de família ou do complemento solidário
para idosos", questionou ainda.
A
parlamentar bloquista deixou um agradecimento ao ex-primeiro-ministro Passos
Coelho: "o vosso sucesso ao demonstrarem que só pensam nos lugares que
perderam quando vos faltaram os votos poupa-nos muito trabalho. Ao povo deste
país basta-nos dizer, vejam e ouçam a direita, é ao que está reduzida a glória
da austeridade".
Destacando
que o debate no parlamento cumpriu o seu papel, uma vez que o "documento
voltou a melhorar", o BE orgulha-se das medidas que conseguiu aprovar,
destacando a atribuição automática da tarifa social a um milhão de famílias com
comprovada carência económica, um novo aumento do Complemento Solidário para
Idosos e do abono de família para dependentes com deficiência, um regime
contributivo mais justo para os trabalhadores a recibos verdes e mais equidade
no IMI.
Sabendo
que "fica muito por fazer", Mortágua realçou o orgulho que o BE tem
neste caminho, considerando que "falta agora o mais difícil: coragem para
executar estas escolhas, alicerçada na força social que defende o país da burocracia
europeia".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário