Uma
em cada 14 famílias portuguesas pode não conseguir comprar alimentos
suficientes por falta de dinheiro, segundo dados da Direção-geral da Saúde hoje
divulgados.
O
coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro
Graça, reconheceu que este dado é preocupante, embora indique que pode não ser
o retrato fiel de todos os portugueses, uma vez que o inquérito que permite
aferir estes dados é feito apenas a utilizadores do Serviço Nacional de Saúde.
A
prevalência de famílias com insegurança alimentar grave desceu de 8,8% em 2012
para os 6,6% em 2014, enquanto a insegurança alimentar moderada cresceu de 81,%
para 9,5%, de acordo com dados do relatório "Portugal -- Alimentação
Saudável em Números 2015".
O
coordenador do Programa da Direção-geral da Saúde referiu que as famílias com
dificuldades de acesso a alimentos conseguem ser identificadas, permitindo às
autoridades agir com mais qualidade no apoio de que necessitem.
Em
linhas gerais, serão famílias com menos escolaridade e sobretudo residentes nas
regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo.
Pedro
Graça sublinhou também que a insegurança alimentar pode coexistir com o excesso
de peso, lembrando que os alimentos muito calóricos e menos saudáveis se
tornaram uma alimentação barata e disponível.
"Os
novos pobres sabem lidar menos bem com a pobreza e serão mais afetados pela
insegurança alimentar" do que as famílias que há anos lidam com a mesma
realidade e que têm já sistemas de apoio mais estruturados, como o recurso a
bancos alimentares.
Quanto
à obesidade, em 2014, mais de metade da população portuguesa (52,8%) com 18 ou
mais anos tinha excesso de peso. O aumento da obesidade verificou-se sobretudo
no sexo feminino e na população com idades entre 45 e 74 anos.
Já
nas crianças e adolescentes, o excesso de peso parece estar a estabilizar ou
mesmo a reduzir-se quando se comparam valores de 2008 com 2013. Contudo,
Portugal continua a ter uma prevalência de jovens com excesso de peso superior
à média europeia.
ARP
// CC – Lusa
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