sábado, 7 de maio de 2016

China ignora dívida pública oculta moçambicana e disponibiliza 16 milhões de dólares



Enquanto o Grupo de Apoio Programático a Moçambique (G14) ao Orçamento do Estado, o Banco Mundial, o Reino Unido e outros parceiros suspendem a injecção de fundos, incluindo para determinados projectos, até que se esclareçam as dívidas contraídas de forma ocultas durante o mandato do Executivo de Armando Guebuza, a China deu um sinal contrário assinando, na quarta-feira (04), em Maputo, um acordo de Cooperação Técnica e Económica, através do qual se predispõe a conceder cerca de 16 milhões de dólares norte-americanos para a compra de 80 autocarros para transporte público, abertura de 200 furos de água e construção de um Centro Cultural China/Moçambique.

O assentimento abrange ainda a materialização de outros projectos de impacto social, segundo afirmou Nyelete Mondlane, vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

A China vai igualmente doar 10 mil toneladas de cereais em apoio à segurança alimentar em Moçambique.

Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, disse que o sector de transportes, em particular, é motor para o andamento completo das actividades que visam impulsionar a vida das populações.

Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente português, país de presidente o G14, confirmou, durante uma conferência de imprensa na quarta-feira (04), que o grupo de doadores internacionais suspendeu a ajuda a Moçambique, não definitivamente, mas, sim, até que as dívidas contraídas à revelia do povo sejam esclarecidas. Trata-se de “uma mera suspensão. Faz toda a diferença haver um não da comunidade internacional que é duradouro e, por maioria de razão, definitivo, ou uma mera suspensão para efeitos de esclarecimento de situações".

Adriano Maleiane, Ministro da Economia e Finanças, disse a jornalistas que a suspensão do apoio directo ao Orçamento do Estado moçambicano representa, até este momento, 467 milhões de dólares (12%).

De acordo com o Governante, se a suspensão durar muito tempo, haverá dispensas a cortar, tais como as viagens dos dirigentes, os gastos com os combustíveis, entre outras. Contudo, a educação e saúde serão os sectores que vão sofrer menos devido ao seu impacto na vida da população, além de que já beneficiam de poucos fundos. E não haverá contratação de funcionários por um determinado tempo.

Por seu turno, o Governo canadiano comprometeu-se também a desembolsar 19,5 milhões de dólares para, durante cinco anos, apoiar o Registo Civil e Estatísticas Vitais. Neste contexto, foi assinado, na quarta-feira (04), em Maputo, um acordo entre Canadá e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

@Verdade

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