Enquanto
o Grupo de Apoio Programático a Moçambique (G14) ao Orçamento do Estado, o
Banco Mundial, o Reino Unido e outros parceiros suspendem a injecção de fundos,
incluindo para determinados projectos, até que se esclareçam as dívidas
contraídas de forma ocultas durante o mandato do Executivo de Armando Guebuza,
a China deu um sinal contrário assinando, na quarta-feira (04), em Maputo, um
acordo de Cooperação Técnica e Económica, através do qual se predispõe a
conceder cerca de 16 milhões de dólares norte-americanos para a compra de 80
autocarros para transporte público, abertura de 200 furos de água e construção
de um Centro Cultural China/Moçambique.
O
assentimento abrange ainda a materialização de outros projectos de impacto
social, segundo afirmou Nyelete Mondlane, vice-ministra dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação.
A
China vai igualmente doar 10 mil toneladas de cereais em apoio à segurança
alimentar em Moçambique.
Xi
Jinping, Presidente da República Popular da China, disse que o sector de
transportes, em particular, é motor para o andamento completo das actividades
que visam impulsionar a vida das populações.
Entretanto,
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente português, país de presidente o G14,
confirmou, durante uma conferência de imprensa na quarta-feira (04), que o
grupo de doadores internacionais suspendeu a ajuda a Moçambique, não
definitivamente, mas, sim, até que as dívidas contraídas à revelia do povo
sejam esclarecidas. Trata-se de “uma mera suspensão. Faz toda a diferença haver
um não da comunidade internacional que é duradouro e, por maioria de razão,
definitivo, ou uma mera suspensão para efeitos de esclarecimento de
situações".
Adriano
Maleiane, Ministro da Economia e Finanças, disse a jornalistas que a suspensão
do apoio directo ao Orçamento do Estado moçambicano representa, até este
momento, 467 milhões de dólares (12%).
De
acordo com o Governante, se a suspensão durar muito tempo, haverá dispensas a
cortar, tais como as viagens dos dirigentes, os gastos com os combustíveis,
entre outras. Contudo, a educação e saúde serão os sectores que vão sofrer
menos devido ao seu impacto na vida da população, além de que já beneficiam de
poucos fundos. E não haverá contratação de funcionários por um determinado
tempo.
Por
seu turno, o Governo canadiano comprometeu-se também a desembolsar 19,5 milhões
de dólares para, durante cinco anos, apoiar o Registo Civil e Estatísticas
Vitais. Neste contexto, foi assinado, na quarta-feira (04), em Maputo, um
acordo entre Canadá e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
@Verdade
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