Em
Dezembro de 2015 a TSF apresentou um trabalho de Nuno Guedes que mostrou que as
“Escolas privadas não são tão melhores como se pensa”, e esse foi o título que
encontrou para nos situar no seu artigo. Em Dezembro desse ano a verdade era
tão verdade como o é no presente, volvidos alguns meses. Isto para não referir
as escolas privadas que inflacionam as classificações e aproveitamento dos
alunos para parecerem melhores que o ensino público. Existem escolas privadas que são piores que o ensino público.
O
sururu criado com esta temática tem que ver com uma realidade que mudou de
paradigma. No governo de Passos o previlégio para a escolas privadas foi
enorme. Mais de 400 milhões de euros “voaram” para os que olham de soslaio e
com superioridade para as escolas públicas. Eram chiques mas usufruíam do
dinheiro de todos os contribuintes para serem chiques. De todos os
contribuintes. Até do Manel do camião da recolha do lixo, do calceteiro, do
pedreiro, do empregado de mesa, do desempregado – que é contribuinte no IVA
para comprar as batatas. Presentemente acabou-se a mama. Se fundam escolas
privadas para negócio, orientem-se! Façam como a Eugénia da papelaria, o
Alfredo do café, a Aurora da peixaria, que não pedem o dinheiro dos
contribuintes para manter os seus negócios. Vendo assim, como devem, nem há
motivo para protestar. Então, por que é que protestam? Querem ser chiques à
custa dos outros? Retirar os recursos da escola pública para os privados? Chicos-espertos. A isso chama-se parasitarismo. (MM / PG)
Escolas
privadas não são tão melhores como se pensa
Pela
primeira vez o Ministério da Educação tem um indicador que procura controlar a
origem social e económica dos alunos recebidos por cada escola. Os resultados
também são favoráveis às privadas, mas as diferenças não são tão grandes como
nos tradicionais rankings feitos com base, apenas, nos resultados dos exames.
Todos
os anos, por esta altura, jornais, televisões e rádios apresentam os rankings
das escolas com melhores e piores resultados nos exames e provas nacionais.
Valores calculados com base nas notas disponibilizadas pelo governo.
Contudo,
os resultados dos estudantes dependem não apenas da qualidade de ensino das
escolas, mas também do contexto familiar, social e económico que rodeia a
criança ou o adolescente.
Este
ano o Ministério da Educação disponibilizou um novo indicador para as escolas
básicas do 3º ciclo (7º ao 9º ano). A Direção-Geral de Estatísticas da Educação
e Ciência (DGEEC) chama-lhe "Promoção do sucesso escolar" e explica
que, não sendo perfeito, é o melhor indicador para avaliar o desempenho das
escolas.
As
contas não são fáceis, mas, resumidamente, têm em conta a percentagem de
sucesso entre os alunos da escola, comparado-a com a percentagem média nacional
para alunos que no início do ciclo de ensino tinham um nível escolar
semelhante.
Tendo
em conta o nível de partida de cada aluno, procura-se perceber, segundo a
DGEEC, "se o trabalho desenvolvido ao longo do 3º ciclo conduziu a
resultados inferiores, iguais ou superiores aos dos seus colegas
nacionais".
Além
de ser menos influenciável pelo contexto socioeconómico da escola, o indicador
não premeia a retenção excessiva nem a seleção de bons alunos.
Os
resultados do novo ranking
Apresentada
a longa explicação anterior, o ranking feito pela TSF volta a apresentar as privadas
no topo.
Em
média, 53% das escolas privadas ou cooperativas conseguem um desempenho que os
técnicos do Ministério classificam como acima da média esperada para alunos com
nível prévio semelhante (apenas 8% ficam abaixo).
Do
outro lado, nas públicas só perto de 20% têm resultados melhores do que o
esperado e quase 30% abaixo.
O
ranking feito tem, contudo, boas notícias para a escola pública que consegue
colocar 3 estabelecimentos de ensino no top 10, algo que nunca acontece nos
rankings tradicionais feitos com base nas notas finais.
As
melhores públicas, no top 10, são uma escola básica da Mealhada, a secundária
de Montemor-o-Novo e a básica de Minde, em Alcanena.
No
ano passado, por exemplo, o ranking da TSF para o 2º e 3º ciclos só tinha uma
escola do Estado entre as melhores 40 e aparecia no 18º lugar. E várias das
escolas privadas habitualmente no topo continuam bem colocadas, mas descem
muitos lugares neste novo ranking.
Na
prática, ter em conta o ponto de partida dos alunos diminui as diferenças entre
escolas públicas e privadas, mas não as elimina.
Diferenças
diminuem mais no secundário
No
caso das notas do secundário, a análise feita pela TSF também é diferente dos rankings
habitualmente divulgados.
A
lógica é semelhante à anterior e baseia-se num indicador que pretende medir a
progressão dos resultados a Português e Matemática dos alunos entre os exames
do 9º e do 12º ano, comparando com outros alunos do país. Volta-se a ter em
conta o ponto de partida.
No
entanto, os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação não permitem
fazer um ranking, mas apenas identificar as escolas que tiveram desempenhos
melhores ou piores.
Olhando
para os resultados, as diferenças entre privado e público diminuem de forma
ainda mais significativa do que no 3º ciclo.
Há
algumas diferenças, sobretudo a Matemática, mas a proporção de escolas públicas
ou privadas que têm bons (e maus) desempenhos é muito mais semelhante.
Nuno
Guedes - TSF
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