“Do
Ocidente ao Oriente, Diálogos”
Até
24 de Julho. De terça a domingo – 10.00 / 18.00 horas, no Centro Cultural de
Cascais – Fundação D. Luís I, na Av. Rei Humberto II de Itália, Cascais.
Na
revista Caras
Isabel
Nunes expõe um conjunto de obras que reflectem um diálogo entre as culturas do
ocidente e do oriente, a que não é estranha a sua passagem por Macau. São
pinturas de saberes e de sabores numa diáspora, mas a que, como a própria
afirma, “não escapa o sentido luso. A minha pintura traduz a alma lusa, e
traduzo a sua identidade através de temas relacionados com a nossa história e
com o mundo das arquitecturas materiais e espirituais (…) lanço as cores dos
sentimentos, em movimentos de vaivém entre o passado e o presente. Represento
aquilo que fomos, o que somos, a face do passado, o rosto do presente, perco-me
no tempo, como um diálogo infinito”.
Depois
do retrato como forma de expressão inicial, a pintura de Isabel Nunes evoluiu,
independentemente do simbolismo e da semântica, no sentido da desmaterialização
da forma, numa sensualidade, construída, por um lado, no luxo da cor – entre
dourados e vermelhos -, por outro, na texturização da matéria.
Aqui,
nestas obras, bules, máscaras e personagens transfiguram-se e estilizam a
figura, diluindo-a numa forma abstractizante e mantendo um discurso de
continuidade, na erudição dos referentes históricos e no modo como vai
sobrepondo layers de transparência como véus do tempo ou pequenos lenços de
organza que cobrem, ou descobrem, o dizível, alimentando a curiosidade do espectador
de forma poética, mas também decadente e misteriosa.
Sobre ISABEL NUNES
Isabel
Maria Nunes nasce em Cascais em 1957 e, nas suas próprias palavras,
entusiasma-se na pintura com apenas 11 anos, seguindo inicialmente o retrato –
o bisavô e o trisavô foram retratistas conceituados, assim como o seu tio José
Alberto Nunes, escultor. Aos 19 anos abandona a pintura e tira História de Arte
na Universidade Nova de Lisboa. Na década de 90, em Macau, onde vive cinco
anos, retoma a pintura e frequenta a Academia de Artes Visuais. Aí, com dois
colegas, faz a sua primeira exposição. Faz estágios em Itália, na Escola
Internacional de Arte de Montecastello di Víbio (94) e em Londres, na Slade
Scholl of Fine Art do University College (95). Tem hoje um São Bento pintado
por si no Museu do Vaticano e uma pintura no livro Crer. Imagens de Uma
Aventura, da autoria de D. Carlos Azevedo.
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