Mário Motta, Lisboa
A
raiva canina com que Passos Coelho está imbuido contra o governo PS, contra as
esquerda que apoiam esse governo em suporte parlamentar, demonstra o mau caráter
de um líder neoliberal com um défice democrático só contido para enganar os
portugueses e visar vencer eleições (outra vez não). Afinal Passos foi o líder do Bando de
Mentirosos aliado aos interesses da alta-finança, que por quatro anos condenou à
fome, ao desemprego, à miséria, mais de dois milhões de portugueses. Sabemos
quem ele representa e o lugar que ocupa no índice dos trafulhas e desonestos
que só se mantiveram a (des)governar por quatro anos devido a poderem contar
com a cumplicidade de um presidente da República, Cavaco Silva, comprovadamente
adversário dos direitos, liberdades e garantias conquistados em 25 de Abril de
1974 por via de uma luta de muitas dezenas de anos anteriores.
Vem
agora Passos Coelho referir que as forças políticas que governam Portugal são
retrógradas. Como se ele não fosse quem mais retrocesso implantou com a sua (des)governação
por quatro anos. Portugal recuou nos direitos, liberdades e garantias a níveis inadmissíveis.
Passos foi o testa de ponte da inconstitucionalidade. Isso mesmo ficou plasmado
nas inconstitucionalidades reconhecidas pelo Tribunal Constitucional. O seu
objetivo era e é implantar um conservadorismo salazarista de modelo neoliberal.
Uma antecâmera do fascismo.
E
agora vem ele considerar e declarar os outros retrógrados. Talvez por
procurarem desfazer o que ele impôs aos portugueses, a miséria, a injustiça
social, o esclavagismo, o aumento das diferenças que cavaram mais fundo os que
têm quase tudo e os que nada têm mas que produzem para esses parasitas, para
esses cujos interesses foram defendidos acerrimamente por Passos e pelo seu
Bando de Mentirosos. Bando de Mentirosos por ter prometido mundos e fundos e,
após eleito, chegado ao governo pôs em prática exatamente o contrário, semeando
no país o empobrecimento galopante para vantagem de somente de uns quantos. Isso
foi comprovado estatisticamente, mas visto a olho nu. Passos revelou-se então um grande vigarista, como nunca existiu outro exemplo em Portugal.
Este
Passos e as declarações daquele jaez só dão para rir… Para não chorarmos. Um líder
acabado no PSD que resiste a deixar a gamela que nos últimos anos têm sido o
seu prato forte, e que esperamos não se volte a repetir no tempo e no modo.
O que disse Passos só pode ser fruto da raiva canina que o contaminou. E também de uma alta dose de frustração. Doentio.
Dessa
“graça” de Passos facultamos o texto da Lusa em Notícias ao Minuto. (MM / PG)
As
forças políticas que governam Portugal são "retrógradas"
O
líder do PSD, Pedro Passos Coelho, classificou hoje como "forças
retrógradas" os partidos que sustentam o Governo socialista de António
Costa, por quererem que o Estado tome conta de todos os setores de atividade.
"Há
forças retrógradas, que hoje nos governam, que querem fazer regredir a
sociedade portuguesa a um debate que achávamos já estar superado", disse o
dirigente social-democrata, na Batalha, no distrito de Leiria, na cerimónia de
encerramento do 24.º congresso nacional da JSD, que reelegeu Cristóvão Simão
Ribeiro como presidente.
Num
discurso de mais de meia hora, o antigo primeiro-ministro disse "que só
uma atitude ideologicamente muito retrógrada é que podia pensar que as pessoas
seriam entregues a si próprias sem nenhum enquadramento público, sem
solidariedade social, e que o mercado funciona entregue a si próprio".
"Em
Portugal, ainda há forças retrógradas que acham que os contratos de associação
deviam deixar de existir, a não ser nos sítios onde o Estado realmente não
tenha capacidade para oferecer equipamentos escolares", sublinhou, dizendo
que são "os mesmos que acham que o Estado tem de oferecer equipamentos
escolares em todo o lado, mesmo onde já existam".
Insistindo
nas críticas aos partidos que hoje asseguram a governação em Portugal, Passos
Coelho reiterou que só "alguém manifestamente muito retrógrado podia
pensar que a ausência de mercado resolveria os problemas económicos em qualquer
sociedade".
Recuando
a 1975, para recordar o processo de nacionalizações, que obrigou o país a
"pagar um preço muito elevado, por haver forças políticas que queriam que
o Estado tomasse conta de tudo", o presidente do PSD frisou que "o
Estado é hoje imprescindível para que a economia funcione com regras".
No
entanto, realçou, o Estado ocupa um espaço "que não pode ser confundido
com o da iniciativa privada, não pode tomar conta da nossa iniciativa e não
pode decidir por nós e nos impor um modelo de vida".
Perante
uma plateia com cerca de um milhar de jovens, o líder Passos Coelho deixou a
mensagem de que podem contar com um "PSD atrevido, ousado e
inconformista".
"Somos
reformistas e reformadores, ousados e podemos construir um futuro muito melhor
que as forças retrógradas que nos governam hoje nos podem prometer",
finalizou o antigo primeiro-ministro, que criticou o arrefecimento da economia
e a destruição de 20 mil postos de trabalho entre novembro e maio.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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