O
apuramento da Guiné-Bissau para a Taça das Nações Africanas (CAN) em 2017 em
futebol "é como se fosse uma nova independência nacional", disse hoje
à Lusa, Romão dos Santos, selecionador adjunto da Guiné-Bissau.
"Este
feito é como se fosse uma nova independência nacional. Esta alegria irá durar
no tempo. Hoje, é o melhor dia nos últimos 30 anos da Guiné-Bissau",
referiu, depois de a seleção dos 'djurtus' garantir pela primeira vez o acesso
à fase final da CAN.
Para
o técnico, "todos os guineenses estão de parabéns", numa altura em
que o país volta a atravessar momentos de tensão, fruto de uma crise política
prolongada.
"Agora,
que deixem os que percebem de futebol tomar conta do futebol, para que possamos
ir com dignidade para a CAN, no Gabão", referiu, numa alusão às
necessidades organizativas de base do país.
Para
exemplificar, Romão dos Santos deixou uma pergunta no ar: "Acha normal que
a equipa técnica nem consiga ir ver os jogadores a Portugal (onde a maioria do
plantel da seleção joga)".
"Precisamos
de muita organização na Federação e muito investimento do Governo. A CAN não é
brincadeira, é a prova mais importante do futebol em África e vamos lá
representar a nossa bandeira", concluiu.
A
Guiné-Bissau garantiu hoje um lugar na edição 2017 na Taça das Nações Africanas
(CAN) em futebol, face ao desaire do Congo no Quénia, por 2-1, em encontro da
quinta e penúltima jornada do Grupo E.
A
derrota foi festejada de forma espontânea nas ruas de Bissau com diversas pessoas
reunidas em grupos com bandeiras do país e a entoar cânticos de apoio à
seleção.
A
uma jornada do final, a formação guineense soma 10 pontos, contra seis de Congo
e da Zâmbia e quatro do Quénia, que hoje conseguiu o primeiro triunfo.
Na
fase final do CAN2017, que se realiza de 21 de janeiro a 12 de fevereiro, no
Gana, a Guiné-Bissau junta-se ao país anfitrião, à Argélia, aos Camarões, ao
Egito, a Marrocos e ao Senegal.
No
sábado, a Guiné-Bissau recebeu e bateu a Zâmbia por 3-2, com golos de José Luís
Lopes, aos 14 minutos, de grande penalidade, Frederic Mendes, aos 35, e Toni
Brito, já nos descontos, aos 90+3.
Pelos
zambianos, marcaram Kalaba, aos 26 minutos, e Katongo, aos 51.
A
única prova internacional em que a Guiné-Bissau já chegou à fase final foi a
Taça Amílcar Cabral, um troféu de futebol sub-regional (participam alguns
países da África Ocidental): em 1983 a seleção guineense foi derrotada na final
pelo Senegal.
LFO/MB
(PFO) // PFO - Lusa
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