O
ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal apelou hoje aos países que
integram o Grupo do G7 dos Amigos do Golfo da Guiné (G7++ FoGG) para que
aprovem estratégias de combate coordenado às ameaças marítimas naquela região.
"É
um apelo para progredirmos na implementação da chamada arquitectura da
segurança marítima no Golfo da Guiné. Trata-se de desenvolver esforços
conjuntos, quer no domínio jurídico quer na capacitação institucional, de modo
a combater coordenadamente os tráficos de drogas, de pessoas, de armas, a
pirataria e a pesca ilegal, que são as principais ameaças à segurança marítima
no Golfo da Guiné e, portanto, no Mundo", disse à agência Lusa Augusto
Santos Silva, no decorrer dos trabalhos da Reunião do G7++ FoGG, em Lisboa.
Para
o chefe da diplomacia portuguesa, "a importância geo-estratégica e
geo-política do Golfo da Guiné faz-se sentir quer no quadro global, quer
especificamente para os interesses portugueses".
"Por
isso Portugal aceitou este convite para presidir a este grupo de contacto que
basicamente une os sete países mais ricos do Mundo, o G7, um conjunto de outros
países europeus, asiáticos e americanos e os 14 países que fazem parte da
grande região do Golfo da Guiné, para que possamos trabalhar em conjunto para
aumentar a segurança marítima nessa região", realçou.
Augusto
Santos Silva recordou que "metade das importações portuguesas de petróleo
provém da grande região do Golfo da Guiné (Angola e Nigéria)" e apontou as
duas principais dificuldades para a segurança daquela parte do globo.
"Há
dois principais problemas ao desenvolvimento da segurança marítima no Golfo. O
primeiro problema é a instabilidade política: a região ainda se caracteriza por
um nível de instabilidade que não é desejável. Tem sido feito um esforço nos
últimos anos, no conjunto dos países, para aumentar a estabilidade, mas temos
todos que reconhecer que as ameaças que enfrentam os estados no Golfo da Guiné
são ameaças muito fortes e muito assimétricas", explicou o ministro, dando
como exemplo a luta da Nigéria contra "o grupo terrorista Boko
Haram".
A
segunda grande dificuldade, salientou, "está ligada à falta ou à menor
capacidade quer das instituições quer do ponto de vista dos aparelhos e forças
de segurança".
"Por
isso é que, além deste esforço que faz no domínio multilateral, no plano
bilateral Portugal tem desenvolvido acordos de cooperação - nomeadamente com
São Tomé e Príncipe e Cabo Verde - para a capacitação das forças de segurança e
temos uma cooperação muito estreita com o Estado angolano", apontou o
ministro português.
Além
de representantes do G7 e dos 14 países do Golfo da Guiné participam na reunião
a Bélgica, a República da Coreia, a Dinamarca, a Espanha, a Noruega, os Países
Baixos, Portugal e a Suíça, assim como a Austrália, o Brasil, a Grécia, a
Turquia e o Uruguai, enquanto observadores. A União Europeia, o Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Interpol também têm
representantes no encontro.
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// APN - Lusa
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