O
21.º Congresso Nacional do Partido Socialista terminou ontem depois de três
dias de encontro em Lisboa. Recorde os principais momentos:
Recordistas
de aplausos
O
presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, manifestou-se de forma
clara contra a eventual aplicação de sanções a Portugal por parte da Comissão
Europeia e recordou os sacrifícios dos portugueses durante o período de
ajustamento, numa intervenção muito aplaudida.
Daniel
Adrião fez questão de recordar antigos líderes socialistas e mandar “um forte abraço”
a José Sócrates, referência aplaudida por muitos congressistas.
Também
António Guterres foi saudado de pé e fortemente aplaudido. "Não podem
imaginar as saudades que tinha de aqui estar", disse ao Congresso,
motivando nova chuva de palmas.
Alvo
de assobios
O
eurodeputado socialista Francisco Assis, antigo apoiante de António José
Seguro e crítico da estratégia de António Costa, recusou ontem vir a fazer
parte dos órgãos nacionais do partido. Condenou ainda o acordo com os partidos
da Esquerda e disse que o atual Governo “vive em liberdade muito condicionada”,
comentários que não foram bem recebidos. Assis foi alvo de assobios e, no final
do discurso, António Costa foi dos poucos a aplaudi-lo.
Defesa
do acordo à Esquerda
O
presidente do PS Carlos César negou qualquer inflexão à Esquerda,
elogiou o "sentido de responsabilidade" de Bloco, PSP e Verdes e
defendeu que se os socialistas viabilizassem um Governo PSD/CDS-PP estariam a
destruir a governabilidade. Par Manuel Alegre seria “uma traição”.
"Estamos
juntos a fazer história", disse o dirigente Pedro Nuno Santos aos
partidos da Esquerda, enquanto o deputado Pedro Delgado Alves garantiu
que "já não há divergências essenciais com PCP e Bloco".
União
Europeia
Para António
Costa “não é possível regular as alterações climáticas, regular o comércio
internacional, combater o terrorismo, procurar ter um sistema de justiça fiscal
que não seja assente nas offshores e no dumping fiscal se não tivermos União
Europeia a sério, forte, e com a participação de Portugal".
Por
sua vez, Manuel Alegre condenou a política seguida pelas
instituições europeias, dizendo que se tornaram "punitivas" e que
procuram "confiscar a soberania dos Estados-membros". "Não sou
eurocético, mas também não sou eurobeato", disse.
Apoio
a Rui Moreira
O
primeiro-ministro manifestou de forma implícita a possibilidade dos socialistas
apoiarem a recandidatura do independente Rui Moreira à presidência da Câmara
Municipal do Porto.
Um
desafio à Direita
António
Costa evocou a ação do Presidente da República e pediu a aprovação unânime no
Parlamento de uma resolução contra a aplicação de sanções a Portugal por parte
das instituições europeias, foi um dos pontos políticos mais significativos da
sua intervenção.
Defesa
do Ministério da Educação
António
Costa destacou o ministro da Educação no seu discurso, por enfrentar
"lobbies" e Pedro Nuno Santos e Ana Catarina Mendes também
reafirmaram a defesa da prioridade da escola pública face aos contratos de
associação nos seus discursos.
Autárquicas
Manuel
Alegre apelou à vitória do PS nas eleições autárquicas de 2017. Diz que é
essencial para evitar "certas tentações".
Segurança
Social
Passos
Coelho apresentara um projeto de resolução para uma ‘comissão eventual para
promover uma reforma estrutural do sistema público de Segurança Social’ no
Parlamento e o assunto foi parte integrante dos discursos socialistas.
O
ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva,
por exemplo, acusou o líder da oposição de fazer uma "manobra de
diversão" sobre a sustentabilidade da Segurança Social.
Por
sua vez secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e dirigente socialista, Pedro
Nuno Santos, afirmou que o PSD "só tem mau serviço para mostrar" em
matéria de Segurança Social, instando os sociais-democratas a apresentar
propostas.
Costa
sai vencedor
A
moção do secretário-geral intitulada ‘Cumprir a alternativa, consolidar a
esperança’ foi aprovada por uma larga maioria e a lista da direção à Comissão
Nacional conseguiu 233 dos 251 lugares, correspondentes a 92,8% dos votos,
enquanto a lista encabeçada por Daniel Adrião obteve 18 lugares.
Manifestação
dos colégios
Pais
e professores concentraram-se à porta da FIL (Feira Internacional de Lisboa),
onde decorria o Congresso, e gritaram palavras de ordem não só contra os cortes
no financiamento de colégios como contra o Governo.
Uma
banda sonora escolhida a dedo
António
Guterres foi recebido ao som de Vangelis, o hino das suas campanhas eleitorais
para primeiro-ministro.
Já
para o filme sobre a história do PS, onde não faltaram Mário Soares, Álvaro
Cunhal, José Sócrates e António José Seguro, a música escolhida foi ‘Who Are
You?’ (‘Quem és tu’), dos The Who, celebrizada na série CSI Nova Iorque.
Os
trabalhos do primeiro dia encerraram ao som da música 'PM's love them'
(‘O Primeiro-Ministro ama-os’, tema romântico do ficional primeiro-ministro
britânico, interpretado por Hugh Grant, no filme 'O Amor Acontece'.
Carolina
Rico – Notícias ao Minuto
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