O
primeiro-ministro, António Costa, admitiu que "aparentemente não está
muito simpática para Portugal" a questão das sanções europeias
Costa
garantiu também que vai recorrer aos tribunais comunitários se for aplicada uma
multa ao país, em declarações publicadas hoje pelo jornal Público.
O
diário escreve que Costa, em declarações ao jornal na terça-feira à tarde,
afirmou que a situação "aparentemente não está muito simpática para
Portugal", admitindo uma mudança de posição por parte de comissários
europeus que até há algum tempo tinham mostrado abertura para apoiar a
aplicação de uma sanção simbólica a Portugal, de valor zero, por causa do
défice excessivo de 2015.
Segundo
o jornal, o primeiro-ministro ia ainda na terça-feira falar de novo com o
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre este assunto.
A
porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas, disse na terça-feira
que o colégio de comissários vai regressar hoje, na sua reunião semanal, à
situação orçamental, depois de ter tido uma primeira discussão, sem decisões,
na quarta-feira passada.
Por
fontes comunitárias e pela imprensa tem sido repetido que hoje deverá ser
conhecida uma decisão acerca das multas a aplicar a Portugal e Espanha, que
podem oscilar até um máximo de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os
0,2% do PIB traduzem, no caso de Portugal, uma verba próxima dos 370 milhões de
euros.
O
Público escreve hoje, citando o primeiro-ministro, que se for aplicada uma
multa superior a zero a Portugal, o Governo recorrerá para o Tribunal de
Justiça da União Europeia.
"Mantemos
um registo de diálogo positivo e sem dramas, mas recorreremos, com base no
mesmo argumento que os nórdicos têm utilizado, que é o de que vamos cumprir as
regras, mas vamos discutir quais as regras e se as cumprimos ou não",
disse António Costa ao jornal, acrescentando que "ao contrário do que
dizem, houve por parte de Portugal ação efetiva de combate ao défice".
"Um
desvio de 0,2 pontos percentuais não pode ser atribuído a falta de ação
efetiva", considerou o primeiro-ministro, numa referência ao défice de
3,2% em 2015, ou seja, 0,2 pontos percentuais acima do limite imposto pela
Europa.
Para
António Costa, "é incompreensível que os mesmos comissários que diziam que
a ação do anterior Governo era exemplar queiram agora aplicar sanções por um
desvio de 0,2 pontos percentuais, que é um desvio que não se pode
controlar".
Jornal
de Notícias – Foto: Lusa
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