Estudo
sobre as condições foi realizado em 600 escolas primárias de seis províncias.
Em 45% delas, os alunos defecam ao ar livre.
A
UNICEF Angola realizou um estudo sobre as condições de água e saneamento
em 600 escolas primárias de seis províncias, tendo chegado à conclusão que
cada uma das escolas visitadas “carece de um ambiente higiénico sanitário
favorável”.
O
estudo “Água e saneamento nas escolas de Angola” destaca que “em média cerca de
310 alunos partilham um cubículo, o que se transforma num factor inibidor para
o acesso aos quartos de banho ou latrinas”.
Outro
factor especificado “é o acesso a água para beber, pois somente 35 por cento
das escolas tem água para beber disponível e 62 por cento não possuem qualquer
fonte adstrita”, diz o comunicado enviado ao Rede Angola.
“Comparativamente
ao tratamento, 24 por cento das escolas inquiridas responderam que davam algum
tratamento a água para consumo, 76 por cento não tratavam a água mas tinham
imensos problemas de saúde com os alunos segundo os directores”, ressalta.
De
acordo com o estudo, feito no âmbito do projecto Escolas Amigas da Criança nas
províncias de Luanda, Cunene, Bié, Huíla, Namibe e Huambo, pela UNICEF (agência
das Nações Unidas para a infância) e pela Direcção Nacional do Ensino Geral,
“a média de acesso pelos alunos a casas de banho é de 58 por cento, sendo
o uso de latrinas de 29 por cento, e a prática de defecação ao ar livre de
cerca de 45 por cento. Nestas situações 44 por cento defecam ao lado da escola
e 45 por cento no mato”, diz a nota.
“O
diagnóstico teve como objectivo analisar os possíveis obstáculos ou áreas
de estrangulamento ao programa de água, saneamento e higiene nas escolas em
Angola. Esta avaliação serve para abrir caminho a um debate sobre o acesso à
água, saneamento e higiene, bem como no planeamento e orçamento adequada para
escolas primárias”, refere.
O
relatório, a ser apresentado amanhã, no Hotel Trópico, em Luanda, ressalta
também que “uma das razões apontadas para o agravamento situação é a falta de
investimentos públicos quer a nível das escolas como das administrações
municipais para que se possa manter as operações e a manutenção diariamente.
Algumas escolas do ensino primário carecem de adjudicação directa de fundos e
estão impossibilitadas de fazer gastos constantes”, avalia o documento.
“Estes
números demonstram que as escolas podem ser um espaço pouco favorável para a
promoção da saúde das crianças visto que as doenças diarreicas, causadas na
maior parte das vezes pela falta de saneamento e fraco acesso a água potável,
são responsáveis por 18 por cento das mortes de menores de cinco anos, sendo
muito comuns em crianças em idade escolar”, reforça a nota.
Rede
Angola
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