Enquanto
o partido “não se dissociar” do presidente, “não poderá reconquistar e
conservar as suas características de vanguarda”.
O
dirigente histórico do MPLA Ambrósio Lukoki, que por iniciativa pessoal se
demitiu do Comité Central do partido que governa o país há 40 anos, disse que
Angola não precisa de dirigentes “postiços”, mas sim de ética. O político fez
estas afirmações ontem durante a conferência de imprensa que serviu
explicar a sua saída no Comité Central.
“Não
temos necessidades de dirigentes postiços. O país tem necessidades de
constância, de autoridade e de ética. É preciso que tenhamos discursos e
palavras de gravidade através dos quais se dá sentido a acção do partido e das
perspectivas de que tudo deve marchar muito depressa”, disse o político, citado
pela LAC.
Para
Ambrósio Lukoki, enquanto José Eduardo dos Santos continuar a liderar o MPLA, o
partido continuará marcado pela impopularidade.
“O
presidente do partido e chefe do Estado, registando uma impopularidade recorde
pela sua desinteligência, conota o partido e arrasta para a sua queda certa
inocentes do MPLA. A impopularidade que está a granjear ao partido é o preço a
pagar pelo MPLA , quanto à sua serenidade de instrumento ou trampolim ao
engenheiro José Eduardo dos Santos para o seu absolutismo em tudo”, afirmou.
“Enquanto
o partido MPLA não se dissociar do engenheiro José Eduardo dos Santos, não
poderá reconquistar e conservar as suas características de vanguarda”,
sublinhou.
O
MPLA está a realizar neste momento o seu VII Congresso Ordinário. Ambrósio
Lukoki diz que os temas não são discutidos com profundidade e os militantes são
obrigados a aprovar posições sem nenhuma discussão. Este é um dos motivos
apontado pelo militante que já foi membro do Bureau Político durante o mandato
de Agostinho Neto.
“Cheguei
a conclusão que estar no comité central já não tem sentido porque o comité
central já não faz a sua função. Aos militantes são impostas posições que têm
de aprovar sem a sua discussão”, revelou.
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Angola
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