Admitindo
os erros do passado, o presidente do MPLA garante que o partido está preparado
para ganhar as eleições de 2017.
O
presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, afirmou hoje que o partido está
preparado para “ganhar as próximas eleições” em Angola, assumindo que os
“erros” de gestão devem ser “corrigidos” e criticando os empresários que
enriquecem “ilicitamente”.
“Devemos
olhar para trás e analisar o que fizemos com o necessário sentido de crítica e
autocrítica, para constatarmos o que não foi bem feito. Os erros deverão ficar
no passado e servir de critério para corrigirmos o presente e projectarmos o
futuro. Só não erra quem não trabalha, mas o MPLA trabalha e faz, e o povo
sabe. E está sempre empenhado em fazer mais e melhor”, afirmou José Eduardo dos
Santos.
O
líder do MPLA discursava na sessão de abertura do VII Congresso do partido, em
Luanda, perante mais de 2.500 delegados. O congresso decorre até 20 de
Agosto e prevê a reeleição de José Eduardo dos Santos, candidato único ao cargo
de presidente do MPLA, e a confirmação da nova composição do Comité Central.
Numa
intervenção de 35 minutos, em que assumiu o “momento crucial” que Angola vive,
devido à crise financeira e económica provocada pela quebra nas receitas
petrolíferas, o líder do MPLA – que ainda não esclareceu se é candidato às
eleições gerais de 2017 depois de ter anunciado a saída da vida política activa
em 2018 – garantiu que o partido está em condições para continuar no poder.
“Mostrar
que este MPLA é o grande partido da família angolana. Ele está assim preparado
para o combate político, para ganhar as próximas eleições e para continuar a
governar a República de Angola, correspondendo aos anseios das populações”,
afirmou.
“Não
devemos permitir que as nossas diferenças políticas sejam aproveitadas por
forças externas para dividir e pôr em causa a paz duramente conquistada. Temos
de ser capazes de prevenir eventuais acções subversivas, para manter a nossa
soberania, a paz e a estabilidade, reforçar a nossa democracia e trabalhando no
sentido de fazer prosperar a nação angolana”, disse, aludindo à actual
conjuntura internacional.
Destacou
ainda que o futuro do país passa pela diversificação da economia, assente nas
receitas com a exportação de petróleo, mas também por deixar de depender
“excessivamente” das importações, apelando à “criatividade” dos empresários
nacionais.
“Há
que apoiar mais os empresários com provas dadas em eficácia, responsabilidade e
mais comprometidos com o futuro do país. Portanto, bons patriotas. Apoiar
também os empresários que sabem realizar licitamente os seus negócios no
mercado interno e externo, para conquistarem riqueza e contribuíram para
aumentar o emprego e fazer crescer a economia”, afirmou.
Perante
um forte aplauso da sala, José Eduardo dos Santos avisou: “Não devemos
confundir estes empresários com os supostos empresários que constituem
ilicitamente as suas riquezas, recebendo comissões a troco de serviços que
prestam ilegalmente a empresários estrangeiros desonestos, ou que façam essas
fortunas à custa de bens desviados do Estado ou mesmo roubados”.
“Angola
não precisa destes falsos empresários, que só contribuem para a sua dependência
económica e política de círculos externos”, acrescentou.
Durante
a intervenção, José Eduardo dos Santos referiu-se ao “luto” nas famílias
angolanas provocado pela febre-amarela, que já afectou quase 4.000 pessoas,
para justificar a necessidade de vacinação da população, assumindo que é
preciso reduzir a alta taxa de mortalidade infantil no país.
José
Eduardo dos Santos apontou igualmente como objectivo o alargamento a todo o
país do novo modelo de limpeza de Luanda, que entrou em vigor em Abril e que
prevê a cobrança de taxas por residência.
Rede
Angola, com Agência Lusa
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