O
ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes, disse que considera inevitável
o regresso da Força Aérea (FAP) ao combate aos incêndios florestais, numa
entrevista publicada hoje pelo Jornal de Notícias.
"A
Força Aérea não dispõe, neste momento, de capacidades instaladas para
participar ativamente no combate aos incêndios. E essa descontinuação do papel
da FAP é já antiga. Mas tenho como inevitável que a FAP venha a ser dotada
dessa capacidade e o primeiro-ministro [António Costa] coincide nessa abordagem",
afirmou Azeredo Lopes ao diário.
Para
o ministro, o regresso da FAP é inevitável porque se está agora num
"momento crítico de reequipamento".
"Através
da Lei de Programação Militar (LPM) ou de outros meios, estamos perante dois
desafios categóricos -- mais em relação ao combate aos incêndios",
sublinhou.
Segundo
o ministro, é necessário, em primeiro lugar, fazer a substituição dos
helicópteros Alouette III da FAP, que desempenham funções de treinamento para a
FAP e a Marinha e que serão descontinuados em 2018.
"Há
uma necessidade imperiosa e que passará, com toda a certeza, pela antecipação
da substituição. Tanto mais que o tempo de entrega de um novo helicóptero é no
mínimo de 12 meses", avaliou.
"Uma
das características desses helicópteros é poderem ser dotados de meios para
combate a incêndios. Ou seja, com um custo suplementar mínimo, dota-se o novo
helicóptero de uma capacidade que lhe permitirá matar dois coelhos de uma
cajadada. E é esse pensamento estratégico que tenho pena que já não tenha sido
validado nos últimos anos", acrescentou.
Sobre
as estimativas de custos para os aparelhos, Azeredo Lopes afirmou, que
"para os helicópteros, há uma estimativa que resulta da LPM: 20 milhões de
euros, mais IVA".
Questionado
sobre se haveria uma esquadra específica para esta participação no combate aos
incêndios, o ministro da Defesa declarou que "não é um modelo
organizacional específico".
"Há,
sim, meios da Força Aérea e esses meios, na gestão da FAP, implicam um patamar
de utilização e eficiência muito superiores", comentou.
Azeredo
Lopes indicou que será preciso "otimizar a utilização dos pilotos",
com a devida capacitação e, se for preciso, colocá-los "diretamente no
combate aos incêndios".
Sobre
os custos dessa operação da FAP nos fogos, o ministro disse que serão
"custos públicos".
Já
a eventual utilização dos helicópteros do Instituto Nacional de Emergência
Médica (INEM) "é uma questão que pode vir a colocar-se".
"Ao
contrário do que se pensa, não é revolução nenhuma. As forças armadas já têm um
papel importantíssimo nas missões de interessa público, na busca e salvamento,
no transporte de doentes [...]", referiu ainda.
A
ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, também já
demonstrou o seu apoio à possibilidade de a Força Aérea vir a ter capacidade
para fazer o combate a incêndios.
No
dia 13 de agosto, a ministra sublinhou que será preciso formar os pilotos e
também equipar os meios aéreos.
A
14 de agosto, a Força Aérea esclareceu que "não possui meios aéreos que
permitam a realização de missões de combate a incêndios", mas admitiu que
a capacidade para realização destas missões poderá "vir a materializar-se
faseadamente, num futuro próximo".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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