Macau,
China, 06 set (Lusa) -- O Conselho de Ciência e Tecnologia de Macau anunciou
hoje a criação de um grupo especializado no projeto de tornar o território numa
"cidade inteligente", em linha com o definido no primeiro plano
quinquenal da Região.
O
anúncio foi feito hoje no final de uma reunião plenária do Conselho de Ciência
e Tecnologia (CCT), presidida pelo chefe do executivo de Macau, Fernando Chui
Sai On.
Em
junho, numa breve visita a Macau, o fundador e presidente executivo do grupo
chinês de comércio eletrónico Alibaba, Jack Ma, nomeado então consultor do CCT,
afirmou estar confiante no desenvolvimento do antigo enclave português como uma
"cidade inteligente".
Frederico
Ma Chi Ngai, que vai presidir à nova subcomissão focada em tornar Macau numa
"cidade inteligente", explicou os trabalhos que foram efetuados desde
o final do ano passado, incluindo visitas a empresas ou mesas-redondas,
indicando que o programa de estudos consta nomeadamente o da viabilidade de
"mobilidades inteligentes".
Neste
particular refere que o Fundo de Ciência e Tecnologia colaborou com a Direção
dos Serviços para os Assuntos de Tráfego para escolher um projeto mais
apropriado, financiando empresas para desenvolverem 'software' para telemóveis
ou soluções de mobilidade.
O
CCT também convidou instituições para estudar as diferentes vertentes da ideia
subjacente a uma "cidade inteligente", estando previsto que, no
próximo mês de novembro, seja lançada uma chamada para propostas versando este
domínio em exclusivo.
A
nova subcomissão vai ficar incumbida de analisar as candidaturas e de escolher
as que melhor se adaptam, devendo apresentar um relatório dentro de um ano,
indicou o vice-presidente do CCT, Peter Lam, no final da reunião, aos
jornalistas.
"É
uma questão de aplicar tecnologias que existem à situação de Macau. Por
exemplo, falou-se do passe eletrónico em Hong Kong -- que dá para circular em
todos os transportes. [Essa] poderá ser uma possibilidade", exemplificou
Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau (UM) e membro do CCT.
"Há
também a informação acerca dos transportes, por exemplo, o movimento de
autocarros, de trânsito, a relação com parques de estacionamento (...)",
realçou, indicando que a UM também tem projetos nesse campo e que foi, aliás,
quem desenvolveu um mapa eletrónico de Macau disponibilizado pela Direção dos
Serviços de Turismo.
Mas
também tem novos na calha. "Temos várias coisas a serem desenvolvidas no
âmbito da 'internet das coisas', inclusive estamos a tentar desenvolver o que
se chama de 'smart campus'", disse, indicando que esse projeto -- de
tentar usar tudo o que é eletrónico para gerir a vida universitária --
"pode depois ser extrapolado para uma cidade normal".
Além
do grupo dedicado à "cidade inteligente" foram criadas mais duas
subcomissões especializadas no seio do CCT: uma versando a investigação e outra
voltada para a educação e/ou popularização da ciência.
Referindo-se
à primeira, que vai liderar, o vice-reitor da Universidade de Macau falou do
que considera ser "uma nova fase de apoio" à área da investigação,
que vai passar por ver de que forma se poderá explorar comercialmente patentes
internacionais produzidas pela UM e pela Universidade de Ciência e Tecnologia.
Falando
do caso da UM em particular, Rui Martins indicou que, com cerca de 30 patentes
aprovadas, se encontra na fase de "organizar 'spin-offs', que serão
empresas que poderão ser criadas à volta de alunos que se doutoraram
recentemente e que trabalharam nessas patentes para explorar a sua atuação
comercial" -- não apenas em Macau, mas também na China e no resto do mundo.
O
terceiro grupo, coordenado pela antiga deputada Ho Sio Kam, vai basicamente dar
continuidade ao trabalho de popularização da ciência, nomeadamente junto das
escolas.
DM
// VM
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